segunda-feira, 10 de setembro de 2018

Deus não está morto...

Não assisti aos filmes "Deus não está morto" 1 e 2. Mas nada impede de ver a sequência, de número 3, com o complemento: "Uma luz na escuridão". As sinopses falam de um embate entre igreja e a comunidade. Mas, a disputa é entre administração da Universidade Estadual, que recebe a cedência de um terreno onde há uma igreja, e o pastor que pretende conservar o templo onde atua e também atuou seu pai.
O fundo - fé e religião - sãos desvendados com a evolução dos personagens e o embate entre quem laiciza todos os espaços e aqueles que acreditam ter o direito de se expressar, também com suas ideias cristãs. Um jovem revoltado com pessoas ditas religiosas provoca incêncio no templo, onde morre um pastor negro eletrocutado.
O pastor Dave pede ajuda ao irmão advogado porque é uma questão de honra manter a "propriedade" da Igreja. Mas há personagens que entram na história extamente para mostrar o quanto o acirramento pode fazer as pessoas perderem o foco: um jovem candidato a pastor discute com o advogado que acredita na "Justiça". Enfático, defende que antes da Justiça, há a Graça. E esta vem de Deus!
São estradas que podem ser percorridas paralelamente por muito tempo e por longa distância sem que se chegue a um denominador comum. Ao contrário, o acirramento dos ânimos, de ambos os lados, faz com que até o pastor se desvie dos valores cristãos. Um outro pregador mostra que é preciso pouco para dividir uma comunidade, mas somente um instante de graça para reencontrar o sentido de viver a fé!
E o seu reencontro com a fé acontece numa cena cheia de dignidade: o pedido do pastor Dave, em meio aos escombros de sua igreja, para que Deus diga o que deve fazer. O que era um amontoado de cinzas, caibros retorcidos, buracos no telhado vai se transformando no entorno de um corpo iluminado por um céu limpo e estrelado!
Ceder é a forma de retormar valores elementares. A Igreja é um lugar, mas Deus está em todos os lugares. Então, outra igreja pode ser construída. É preciso restaurar a fé dos jovens, perdoar o infortunado que começou o incêndio, dar provas de ser possível amar e tornar-se referência para uma comunidade desiludida com as religiões.
O filme mostra uma visão cristã (e porque não?). Para quem duvidou e reencontrou a fé, há um longo caminho. No amadurecer de uma relação, a necessidade do que é maior do que o humano e nem a ciência explica. Deus não está morto. Numa sociedade carente de valores, antes das religiões institucionalizadas, a fé é encontro pessoal, onde explicações lógicas não fazem sentido. Encontrar Deus é um mistério. O mistério do homem que, enfim, se aconchega aos braços do seu Criador!

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