domingo, 22 de abril de 2018

BR 116: desenvolvimento regional e força política


Semana passada, lideranças da região reuniram-se em Camaquã. Em pauta, a duplicação da BR 116, esta novela que se arrasta há longo tempo e não tem prazo para terminar. A mobilização de representantes empresariais, da política e da população já comprovou o que todos sabem: a duplicação melhora o desempenho econômico, aumenta a segurança e prospecta novos investimentos.
Ainda nos meios universitários, acompanhei a discussão: aqueles que hoje gastam sua energia trabalham em prol de uma obra que deveria vir ao natural se vivêssemos num estado que se preocupa com seu cidadão, tem planos para o desenvolvimento regional e não centraliza investimentos. Da forma como está, qualquer mobilização se torna uma romaria de pedintes tentando obter o óbvio: a concretização de um direito.
É uma justa causa capaz de congregar diversos interesses. Os meios de comunicação destacaram a questão da segurança e a quantidade de vidas poupadas se já tivéssemos as obras realizadas. Nem isto sensibiliza o poder público. Quem viaja entre Pelotas e Porto Alegre, seguidamente acompanha acidentes plenamente evitáveis.
Já sonhando com a sua concretização, é tempo de avançar mais um pouco. Os polos econômicos, hoje, não são mais locais - em nível de municípios - mas regionais. Portanto, o eixo Rio Grande/Pelotas precisa aprender a direcionar as próximas reivindicações. Uma delas: a ampliação das atividades do super porto e a montagem de plataformas de petróleo. Os benefícios seriam tanto para os dois municípios maiores, quanto para os demais.
Gradativamente, aumentar o uso da Lagoa dos Patos para trânsito de cargas. São coisas paralelas que não anulam a atividade dos caminhoneiros. Bem como, não tirar do horizonte a questão ferroviária. A experiência de anos anteriores mostrou que em tempos de pleno uso das atividades portuárias em Rio Grande apostar apenas no transporte por rodovias se mostrou desgastado e ultrapassado.
A preocupação com o aqui e agora não pode perder de vista a perspectiva do desenvolvimento regional. Hoje é pedir, pedir de novo e pedir outra vez. As regiões que se desenvolveram já o fazem e colocaram suas cabeças pensantes numa mesma linha de ação. Esqueceram diferenças por saber que gerar emprego, renda, segurança pessoal e familiar passa pela capacidade de concretizar potencialidades. Pode parecer o óbvio, mas aprenderam que são muito estando juntos e nada se estiverem separados, porque é assim que se perde força e representatividade política!

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