segunda-feira, 23 de agosto de 2010

O voto é seu

Faltando em torno de um mês e meio para as eleições em diversos níveis – presidência, governo, senado, câmara dos deputados e assembléia legislativa – a campanha eleitoral ainda não embalou. Mesmo iniciada a propaganda eleitoral em horários nobres – para desespero da maior parte das pessoas – não se percebe interesse por parte da população. Bem pelo contrário: a apatia é a regra e o desinteresse quase que total.
Até o início de outubro, muitas águas vão passar, mas nada indica que exista mudança no comportamento do eleitor. E por que esta indiferença? Infelizmente, em todos os níveis, o que se vê é a banalização dos escândalos, com desvios de recursos e comportamentos que beiram o deboche: a repetição de um discurso recheado de expressões sociais bate no vazio das ações, ou em atos escusos, onde se mascaram números, ficando para investimentos priorizados pela população – educação, saúde, segurança – migalhas comparadas às somas que são investidas nas máquinas eleitorais.
Sobram produções cinematográficas maquiando candidatos sabidamente sem atrativos populares – até com dificuldade de um dos atos mais simples de simpatia: sorrir - vendidos como solução para todos os problemas. É preciso reconhecer que o trabalho de profissionais do marketing ainda consegue vender “gato por lebre”. Pena é que, muitas vezes, está embutido bem mais do que apenas um pobre animal, também um projeto político que tem o verniz de realização cidadã, escondendo interesses de grupos que controlam a máquina administrativa, tanto à direita, quanto à esquerda.
Gostaria de dizer que existe alguma chance de mudança em curto prazo. Não creio. Mesmo havendo um grande número de políticos honestos, não está em suas mãos o controle e a decisão dos investimentos. Veja-se o Senado e a Câmara Federal dando espetáculos vergonhosos. Ainda temos - como gaúchos - fama de “certinhos” e, mesmo assim, já vemos estes sinais se repetindo em executivos e legislativos. Antene-se: o voto é seu, mas as decisões futuras não. Portanto, é um gesto de confiança que deve ser bem pensado, para não se arrepender num futuro bem mais próximo do que você imagina.

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