segunda-feira, 26 de abril de 2010

Caminhos para o futuro

A pergunta do Mateus, semana passada, em Bagé, num encontro com boa presença de jovens, obrigou-me a uma resposta sincera, mas também a uma reflexão: “porque a Igreja não consegue ser atrativa para os jovens?” A resposta que dei foi de que a Igreja também não tem uma fórmula que responda aos seus anseios e por este motivo, em muitos casos, se torna chata para aqueles que gostariam de ver respostas.
Não serve como consolo, mas, infelizmente, outras áreas que deveriam ser mobilizadoras – como a política e a educacional – também não conseguem tornar-se atrativas para esta parcela da população. Das muitas leituras que se faz do que está acontecendo, vê-se que sua mobilização se dá por elementos esportivos, culturais, ou ao vislumbrar um rumo para o futuro, através de atividades profissionais.
O que está acontecendo e onde estamos errando? No caso da Igreja, que possui estruturas muitas vezes subutilizadas, buscar alternativas para o que lhes interessa. Convênios com setores públicos e universitários poderiam gerar uma ocupação que tornasse seu tempo útil, além de vislumbrar possibilidades futuras. Numa determinada ocasião, participei de um projeto em que se levava aos jovens – especialmente em situação de vulnerabilidade social – universidades, escolas técnicas e mesmo instituições públicas que pudessem dar todas as informações sobre preparação para o ingresso, custos e viabilidade de bolsas. A atenção era total e, mais do que isto, plena de interação, porque tocava em pontos práticos que poderiam dar uma chance de estudos e de ingresso no mercado de trabalho.
Não creio que somente entidades sociais ou públicas possam fazer isto. Grupos jovens têm como preocupação a vida da Igreja, mas também formar lideranças que vão atuar socialmente. Dentro desta perspectiva, é fundamental que tenhamos ações concretas que tornem a vida comunitária atrativa para os nossos jovens. Sendo assim, Mateus, não diríamos que nossas igrejas sejam chatas, mas envolventes, porque preocupadas em encontrar caminhos para o futuro, na sua integralidade: tratar da sua espiritualidade, sem esquecer que vivemos em sociedade e que precisamos preservá-los fisicamente.

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