Eram tempos difíceis, em plena “Guerra Fria”, em que o medo de uma disputa
nuclear deixava meio mundo de cabelo em pé e a outra sem alternativas... Os
ânimos se acomodaram quando os dois países se tornaram parceiros comerciais e
deu no que deu: hoje os Estados Unidos preocupam-se com o desenvolvimento do
que sempre julgou ser um estado atrasado, por ser majoritariamente agrícola,
sendo considerado mais um peão no tabuleiro internacional, que precisava ser
retirado da órbita soviética.
Não é muito diferente, hoje, quando se veem os conflitos, como o gerado
pelo Hamas, com aqueles que o instigam, assim como as cortinas de fumaça
(também das artilharias e bombas) que toldam o horizonte. É preciso repetir que
as populações civis nunca pedem guerras, pois são sempre as mais prejudicadas.
No entanto, servem de massa de manobra quando seus brios são exacerbados por
quem detém o poder – e muitas vezes luta para não perdê-lo – assim como quem
deseja tomá-lo de assalto.
Deixando claro o que já disse aqui: as guerras nunca foram religiosas
(aqui, no caso, Judaísmo x Islamismo). Estas são narrativas para justificar
interesses de poder (políticos), de dinheiro (o milionário comércio de armas),
vaidades (supostos estadistas insubstituíveis), sexo (sim, já tivemos guerras
por este motivo). E, no caso, é ainda mais complicado entender uma história de
idas e vindas numa terra de forte apelo religioso, mas também uma das
encruzilhadas geopolíticas do Mundo (veja-se o caso do petróleo).
A Terra Santa, especialmente Jerusalém, é a convergência de três grandes
religiões monoteístas (Judaísmo, Islamismo e Cristianismo), com muitos dos seus
males e alguns delírios. Lugares históricos (e nem tão históricos assim) são
preservados e servem de referência ao Cristianismo, por exemplo. Como o caso de
grupos que pregam a volta de Jesus, o fim do Mundo - o Apocalipse. Inclusive
brasileiros transformam investimentos naquele país em “garantias” de um quinhão
na restauração do reino dos céus...
Pedir a morte de israelitas ou palestinos é ato de insanidade de quem
desconhece que, em muitos lugares, os dois povos já convivem tranquilamente. Crentes
honestos com suas religiões não podem apoiar estados ou grupos que defendem as
armas e a guerra. Destruir significa empobrecer exatamente aqueles que já estão
na beira da miséria. Na dificuldade de construir pontes, para quem ainda tem
algum bom senso, sobra rezar a fim de que a barbárie não prevaleça na terra que
deveria ser o berço da paz!
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