Consegues ver a Lua que emerge no horizonte?
Veste-se com as réstia das
estrelas,
Por trás de um biombo de nuvens,
Onde se espreguiça e faz os
derradeiros preparativos
Antes de se erguer em todo o seu
esplendor.
Teu espírito vai perceber que ao
teres
Os céus negados pelo breu da noite,
Ainda assim,
Colhe fagulhas de luz,
O suficiente para percorrer
Os rumos ditados pelo teu coração.
A trilha da Lua brinca no
Limiar entre a praia e o mar.
Na fronteira onde o arfar das águas
Deposita gemidos na areia.
Mesmo quando se anda no quebrar das
ondas,
Mirar o horizonte é sentir
A companhia que não tem pressa e
Brinca com a ansiedade de cada um.
Tem, também, os caminhos
Em que se torna a rainha da noite.
A estrada é pontuada
Por vultos de casas e de árvores.
Ali onde se anda no silêncio
Entrecortado por grilos,
Algumas cigarras retardatárias
E o piado dolorido das corujas.
A trilha por onde anda a Lua
É de quem ergue a cabeça
Em contemplação e admiração.
Podes encontrá-la em toda a
plenitude,
Moldurada pela delicadeza do
Infinito,
Cravejado de corpos celestes.
Quando escondida, está sempre
Pronta para ser "des"
coberta...
Se não te desviares ou a negares,
Tens nela parceira e inspiração.
Tenho feridas em que me alcança
O bálsamo que refresca a saudade.
Então, ao saíres à rua sozinho,
Se precisares de um ombro amigo,
Ao teres alguém para caminhar
contigo,
Não perde a ocasião de erguer os
olhos,
Detém-te por um momento e apenas
sorri...
Ela acalma o espírito,
Permite que um coração
Transborde em todo o seu
encantamento.
Quando as luzes da cidade
Escondem a Lua e as Estrelas,
Quero andar,
junto com crianças e velhinhos,
Caminhar sem rumo que, mesmo assim,
Teríamos um destino:
Receber da Lua a sua bênção.
Na beira da água ou seguindo a
estrada,
O silêncio que embriaga...
A magia em que,
Se me deres a tua mão,
Nossos passos farão a mesma
Trilha por onde anda a Lua!
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