Bordaste no teu sorriso a graça dos
traços que são,
Ao mesmo tempo, doces e vigorosos.
Não sabia que estes Seres Celestes
Podiam marcar sentimentos que
tornassem
Um corpo sedento por teu toque.
Quando segurei tua mão,
Não foste tu quem recebeu a minha.
Acolheste meus medos e percebi
O quanto meu sofrimento
Desaparecia na insignificância
Diante do que vivias.
Tuas preocupações fugiam de ti.
Sempre querias ouvir o que acontecera
com os outros...
Sorriste ao pedir que te alcançasse
a mão,
Quando fazias da cama de hospital
O teu lugar do Sagrado.
Foi ali que muitas vezes apertavas
a minha,
Contando do como era bom estarmos
juntos
No tempo que já era finito...
Eu me sentia triste.
Pensei que meu mundo havia
desabado.
Pediste um abraço
E fui eu quem me senti aconchegado,
Com a sensação de que a ampulheta
da vida
Acelerava as areias que se esvaiam.
Mesmo assim,
Cerziste o sentimento da esperança
no meu peito.
Meus receios deslizaram com a chuva
Quando entendi que a vida que
escapava
Ainda tinha forças para não me
deixar cair.
O fim eram as nossas sombras
Que se projetavam e se fundiam.
Me disseste que o milagre da tua
vida tinha sido viver
E que continuarias existindo nas
minhas lembranças.
Enquanto se esvai o tempo da tua
presença
Me sentia sôfrego em busca de uma
réstia de ar.
Perdão, minhas lágrimas são de
gratidão e saudade.
Como da vez em que lembramos
Das primeiras flores
E do primeiro perfume dos pessegueiros.
Ou quando cerravas os olhos e
somente
Queria te contemplar na serenidade
de quem
Já entendeu a vida. E também a
morte.
Eu não quero voltar no tempo,
Nem quero mudar o futuro.
Apenas desejo te reencontrar e
ficar contigo.
Passei a pensar mais vezes na minha
última jornada,
Quando chegar às portas do
Infinito.
Ainda espero ouvir o eco da tua voz
e do teu riso.
A certeza de que desta vez não
haverá mais separação.
Por favor, me espera na Eternidade.
Será, enfim, o tempo de voltar para
casa
E, finalmente, me aconchegar aos
teus braços...
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