O caminho contorna e leva até o alto da colina.
Enquanto
te aproximas, o olhar se encanta
Ao
perceber uma árvore solitária...
A
sombra acolhe e refresca,
Realiza
o sonho de todo o viandante.
Ainda ao longe, detém-te,
Precisas
de um tempo para contemplá-la.
Será
diferente quando estiveres à sua sombra,
Com
a aura de uma catedral verde que,
Assim
como o santuário,
Respira
transcendência.
Serás
tentado a ajeitar um lugar
No
chão, por entre as folhas
Que
o Outono coloriu,
E
dobrar o joelho.
Devolvem
sentimentos de infância e juventude:
Fecha
os olhos e,
Enquanto
o Sol brinca abrindo
Espaços
verdes e prateados,
Ouve
a brisa que sussurra
A
mística que põe as folhas em oração,
Remexendo
nos vitrais que se formam no
Chão
de raízes contorcidas.
Quando
acreditares que é preciso partir,
Acalma
teu espírito,
Volta
o olhar para o lugar de onde vieste.
Tudo
será diferente:
A
paisagem onde pontilham
Matas,
rios, vales e as cidades dos homens.
Para
continuares a jornada,
Espera
pelo momento em que a Lua,
Sacerdotisa,
faz a procissão da luz, acolitada pelas Estrelas.
Ao
retornar o caminho,
Ainda
haverá tempo de
Uma
derradeira mirada por sobre o ombro.
No
sacrário das sombras, a deusa da noite
Brilha
em meio à ramagem.
A
guardiã do caminho sussurra que
Falta
pouco
Para
que sejas capaz de planar
Em
meio aos seus galhos,
Nas
asas de uma borboleta.
A
perfeita conjugação entre vida e fé,
Momento
e expectativa.
Perdão,
Poetinha,
Mas
tem uma árvore no meio do caminho!
A
paisagem cravejada na memória
Tem
a referência de alguém, em algum lugar,
Na
espera por todas as voltas.
Mais
velhos e mais trôpegos,
Com
o desejo de não desistir do destino.
Nas
saudades, as distâncias
São
vultos que acenam e aguardam.
Aquela
árvore, aquela Lua:
Têm
o gosto de suspiros e devaneios...
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