Não são tempos fáceis para ser um professor. Muito menos educador. Mas qualquer – e todo o momento – é etapa de um mesmo desafios: a provocação que dá sentido à realização profissional e pessoal. Em primeiro lugar, precisa ser um “humanista”, centrado na pessoa, e aí existe uma carga histórica e cultural a ser trabalhada. “Formar o homem” é tarefa para o professor e missão para o educador. Fui privilegiado por ficar 20 anos em bancos escolares universitários e, confesso, não teve um dia igual ao outro.
Semana passada, atualizei minhas informações nas redes sociais e acrescentei à frase “sou doador de órgãos” uma outra: “escritor cristão-católico”. Cheguei a pensar em colocar: “escritor humanista cristão-católico”. Não achei necessário. Quem me acompanha sabe a forma como me posiciono (e alguns até como me omito...) nas questões sociais e religiosas. Acreditei que precisava de um “reforço” para apoiar a causa defendida pelo papa Francisco em recuperar princípios básicos do catolicismo.
Sei que a minha parte é pouca, mas é o que consigo
fazer e não quero que digam que me omiti. Pelo contrário. Durante os
pontificados de João Paulo II e Bento XVI discordei de muita coisa, mas me
recolhi ao silêncio ou tentei esclarecer quando, muitas vezes, a mídia
distorcia questões ligadas aos dois papas. Minha identificação é total com
Francisco, mesmo sabendo que serão necessários dois ou três “Franciscos” para
que se reencontre a tal de “Igreja em saída”, menos burocrática, com maior apelo
popular.
Porque fugi do primeiro item de discussão? Simples,
porque passei minha vida inteira tentando ser um educador, no pleno sentido,
como um formador de opinião. O que me levou a estar em salões universitários
até as mais simples comunidades de periferia onde se pedia para falar sobre
comunicação social. Fico feliz ao olhar para trás e, ainda hoje, ouvir pessoas
que se referem com carinho às aulas e encontros na universidade, no Instituto
de Teologia, nos diversos cursos para leigos e formações estaduais.
Nunca me julguei um “excelente professor”. Creio que
até cheguei a ser um “bom professor”, com altos e baixos... Minhas áreas
permitiam forte interação com os alunos e retornavam o esforço com o que mais
me satisfazia: um bom número que não queria apenas os horários de aula, mas
usavam o “telealuno” (celular disponível), as páginas atualizadas com conteúdos
pela Internet e os debates pelos corredores que muitas vezes, entre sair da
sala de aula e retornar era só o tempo de passar pela sala dos professores...
São outros tempos e, espero, outros professores
fazem até melhor do que se fazia. Meu respeito por trabalharem hoje, mas,
também, àqueles (como eu) que já cumpriram a sua missão. No Dia do Professor,
quero provocar quem já foi meu aluno: não curta apenas, mas compartilhe comigo
uma boa lembrança na universidade ou nas atividades de Igreja, em associações e
clubes sociais. São diversos os rostos que desfilam por minhas lembranças e
contam um pouco das minhas saudades e do muito carinho que já recebi!
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