Você conhece o movimento para a libertação infantil? Não? Que pena! Seu comandante declarou que o motivo da sua existência é que, nele, a criança “brinca, brinca e brinca mais. Ela brinca tanto que é um milagre não morrer de tanto brincar. É tanta diversão que a barriga dói de tanto brincar...” Resumiu seus objetivos em três pontos, que leva muito a sério: “primeiro, as crianças precisam brincar imediatamente; segundo, precisam estar saudáveis; terceiro, precisam ser felizes imediatamente!”
Seu líder foi preso ao
sequestrar um ônibus escolar e levar um grupo de pequenos para, durante toda
uma tarde, “brincar, brincar e brincar...” Meninas e meninos de escola
tradicional na Coréia mudaram a rotina de 12 horas diárias de atividade de
estudos para acompanhar um “flautista”, sim, no mesmo estilo daquele que tocava
seu instrumento musical e os demais seres o seguiam... Com identificação
registrada, o senhor Peido Pum diz-se com a missão de dar o direito de apenas
de serem... crianças!
Quando vai a júri popular,
explica seus três pontos dizendo que é preciso propiciar a elas condições para
viverem bem esta etapa da vida. O que se vê, é o exagero de cobranças afetando
física e psicologicamente. Muitas vezes, as frustrações passadas dos pais são
responsáveis pelas frustrações dos filhos, hoje, quando jogam nas suas costas o
desejo de fazer delas o que não conseguiram ser. Claro que o diagnóstico é de
que é um desequilibrado, quem sabe, um desvirtuador de crianças...
Para quem acompanha doramas
na Netflix este é “Uma advogada extraordinária”, episódio 9, “O flautista”. A
advogada autista tem a sensibilidade de compreender o que se passa na cabeça do
jovem, que é preso, agredido, sofre deboche, mas não abre mão das convicções.
Depois de buscar a compreensão dos pais, conseguem nas crianças, “as supostas
vítimas”, o apoio. Não sem antes convencer responsáveis de que levar os filhos
a reunião do júri pode ser uma boa motivação para que se transformem em
advogados...
Tem coisas neste k-drama
que são agradavelmente piradas! A advogada autista é apaixonada por baleias e,
cada vez que tem uma inspiração, uma delas “transporta-se” para “voar” por
sobre cidades, ambientes fechados, enfim, o que a sua fértil imaginação
conseguir alcançar. Contando as dificuldades de adaptação num mundo competitivo
- mas também descobrindo a amizade e o amor – segue a linha tênue que a
sociedade não sabe delimitar entre a capacidade de aceitação e inserção ou o
desprezo e o preconceito.
Meu slogan, em 12 de
outubro, é: “deixem as baleias no ar!” É preciso ser diferente ou uma criança
para entender que “brincar, brincar e brincar” é etapa única que não pode - e
não deve – ser pulada. O mundo da fantasia arrima o que se vai viver, inclusive
a capacidade de entender, aceitar e educar filhos, sobrinhos e netos... Então,
ao invés de brinquedos, gaste mais tempo com elas. Se possível, em momentos
especiais, deite-se na grama e tente encontrar entre as nuvens as baleias que
fazem “pais extraordinários!”
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