sexta-feira, 13 de outubro de 2023

Me devolve o direito de amar...

Perdão por ainda falar de amor.

Amor

É o perfume que inebria os sentidos.

Dele, não sei muito.

Mas, do que experimentei,

Amor é plenitude,

Que somente se entende

Quando se aceitam as carências

Como lugar para vencer os medos,

Que desaguam no abismo da indiferença.

 


Não tem problema se não consegues entender e

Acreditas que são apenas palavras vazias,

Divorciadas do que sentes no dia a dia.

Porém, tenhas a certeza:

Não se usam as palavras em vão.

Elas carregam o mistério dos sentidos ocultos.

Na incapacidade de se beber de seus silêncios,

Desnudam-se, na angústia de colocar

Ao teu alcance aquilo que precisas intuir...

 

A palavra significada é contornada pelo

Universo que esconde sua razão e origem.

Que tem eco, reverberação,

Ondas que abalam o existir.

Dizer é o balbucio da inteligência.

Feito refém, empobrece um mundo em que

A ânsia por falar impede a plena compreensão.

 

Na ausência das palavras,

Sorri, me abraça,

É o momento em que elas,

Elas mesmas, se dispensam...

Ainda que estejam presentes no olhar

E nos braços que envolvem

Pelo simples prazer de gostar de alguém.

 

Pessoas que não abraçam,

Que não te dedicam um olhar sorridente,

Esqueceram que o afago das palavras

Apenas é possível

Se houver o compartilhar dos sentidos,

Com a intensidade de todos os teus sentimentos...

Então, devolve a minha palavra

Junto com a tua compreensão.

Acarinha a riqueza de uma partilha.

 

Preciso do teu olhar

Para segurar os meus medos e

Te abraçar sempre que precisar.

Doeu quando tatuaste teu nome no meu coração.

Foi quando aprendi que

A lágrima contida é a dor que

Guarda na memória a lembrança da ferida.

Na sinceridade de

Um coração arrependido e silencioso,

Vais entender que a ninguém pode ser negado,

Em algum momento,

O perdão e conseguir de volta

O pleno direito de amar...

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