Comentei, ontem, no rádio e na televisão, o despropósito que é Pelotas ter racionamento de água. O uso racional da mesma é outra coisa (não desperdiçar o líquido precioso). Explicava: o município ao sul do Rio Grande do Sul está cercado por água potencialmente tratável (embora, muitas vezes, poluídas).
De um lado, a Lagoa dos Patos, na maior parte das vezes, com água doce; ao sul, O Canal São Gonçalo, com acesso à Lagoa Mirim; do outro lado, a barragem do Santa Bárbara (fonte principal, além de outras duas barragens menores), assim como o Arroio Pelotas.
O potencial do São Gonçalo é tão grande que o município de Rio Grande já se antecipou e conseguiu a canalização para receber e tratar água para sua área urbana. Para Pelotas, há um projeto de uma barragem feita naquele canal e que também resolveria todos os nossos problemas.
Mas a questão não é esta: a promessa da obra já existe há muitos anos, décadas. Mas, na prática, a incapacidade de articulação política de nossas lideranças faz com que o tão perto, muitas vezes, se torne longe. Governos que não se identificam, medo de que outros assumam a "paternidade", incapacidade nossa - cidadãos - faz vermos estas melhorias em outras áreas do Estado, em detrimento das nossas.
Claro que, neste momento de estiagem, o racionamento é necessário. Mas ele demonstra a incapacidade técnica de nossos governantes, atuais e passados, em pensar não apenas o presente, mas fazer previsões do que se dará a médio e longo prazo. As eleições de outubro podem delinear um novo quadro: mas precisamos construir candidaturas já agora. Votar não é apenas escolher quando estivermos diante da urna. É pensar, julgar, conversar, aceitar ou não propostas viáveis e que atendam às mais elementares necessidades de infraestrutura, serviços básicos e a satisfação das necessidades mais elementares que compete ao poder público providenciar.
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