Já disse aqui que a presidente Dilma está saindo melhor do que o esperado. Achava que ela e o Serra (candidatos nas últimas eleições presidenciais) eram dois burocratas de plantão. No entanto, apesar do padrinho populista - Lula - a própria não tem tido medo de meter a mão em assuntos bem espinhosos.
Depois de fazer uma cruzada contra os juros bancários - obrigando os bancos públicos a baixarem suas taxas - iniciou uma cruzada contra os bancos privados, dando uma prensa para que também passem a ganhar menos, o que não é nada mau, no mercado internacional, onde os rendimentos financeiros brasileiros são uma festa regada a champanhe e caviar.
Agora, regula a poupança. Para os apocalípticos de plantão é um prato cheio: "Collor vestido de saia", "o fim da poupança". Não é bem assim. Para os pequenos poupadores, que pensam em juntar dinheiro sem desvalorizar, para a compra do carro ou da casa própria, as regras continuam as mesmas - e os ganhos também. Mas induz a que o dinheiro seja investido em áreas de produção, onde se gera empregos, que por sua vez gera consumo, que por sua vez gera mais produção e assim por diante.
Ora, todos sabemos que, no Brasil, o sistema financeiro se acostumou mal: fez, sempre, dinheiro render dinheiro, sem a preocupação com a produção, emprego e consumo. Estas medidas indicam que há um novo caminho a ser tomado.
Porém, o grande problema continua não sendo este. Infelizmente, a máquina administrativa que temos hoje - município, estado e país - são impiedosos em consumir aquilo que não deveriam. O problema está, exatamente, em se reformatar o estado. Para isto, é necessário uma coragem que, tomara, a presidente Dilma tenha. Ao contrário, é uma dor de cabeça que se faz passar com um analgésico: vão os sintomas, ficam os problemas, que vão estourar, infelizmente, mais tarde.
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