O vereador Ivan Duarte postou no facebook um diálogo de José Saramago: "Perguntaram a Saramago: como podem homens sem Deus, serem bons? Ele respondeu: como podem homens com Deus serem tão maus?"
A provocação levou-me a postar como comentário: "Há algum tempo que eu me
questiono a respeito. Embora sendo Católico, Apostólico, creio que o meu
R não é de Romano, mas de Relaxado. Creio que todo homem precisa de uma
fé. As religiões são a expressão da fé de alguns grupos que se
identificam. Um budista dizia que tinha profunda admiração pelo
Cristianismo, mas que tinha sérios problemas com os cristãos que ele
conhecera. Conheço muitos homens bons, sendo religiosos, assim como
conheço muitos homens bons que não têm religião. Assim como conheço maus
- em todos os sentidos - em ambos os lados. Nesta, como em outras
questões - política, futebol etc. - o importante é que se preze e
respeite a liberdade alheia de fazer as próprias opções."
Nas participações que faço, em diversos grupos, defendo que as pessoas alimentem e vivam a própria fé, que, ao menos me parece, torna-se mais fácil, quando há um grupo com o qual me identifico.
Tenho sérios problemas com aqueles que, digo, fazem das religiões um buffet de religiões: buscam em cada uma aquilo que lhes interessa, consequentemente, não mantêm identidade com nenhuma. Não são honestos nem consigo mesmo, sequer com as religiões.
Não confundir com o sincretismo religioso, que isto é outra história, que merece um capítulo à parte.
Por conveniência e para não sentirem-se co-responsáveis com as religiões, buscam o batismo numa, o casamento noutra e, em caso de extrema unção, vão em busca de uma terceira que esteja mais por perto.
Meu pai dizia que o maior problema está naqueles que se "convertem" e acham que somente eles têm o caminho da verdade. Isto vale para a religião, assim como para quem deixou de fumar, beber, optou por um partido político etc. Ficam fanáticos. São os piores, pois se tornam crentes chatos.
Não é o caso. Homens são bons ou maus por uma série de fatores, inclusive religiosos. Querer atribuir à religião a capacidade de direcionar a vida de todas as pessoas é uma cegueira que se percebe apenas olhando para o número daqueles que verdadeiramente frequentam os templos: o número não é suficiente para influenciar os destinos da humanidade. Agora, se incluirmos os políticos, administradores, educadores etc., pode-se pensar de uma forma diferente.
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