Hoje vou conversar com a Associação das Mães Cristãs. Sou privilegiado em receber convites para falar para pessoas idosas, em palestras motivacionais, mas também na linha da espiritualidade. O desafio desta quarta é falar sobre Maria, a mãe de Jesus.
Não me considero um marianólogo. Mas gosto de olhar para uma figura que ocupa papel de destaque na vida da figura mais desafiadora da História: Jesus Cristo. Para que as pessoas entendam melhor, tento ir além do que, ritualmente e muitas vezes burocraticamente, se vê nos Evangelhos.
Além da precariedade da escrita - praticamente todos os apóstolos eram homens rudes e muito longe das letras - busco no contexto de uma época, o que estava acontecendo e como a figura de Jesus pode ser analisada e nos encantar por outros ângulos.
No tempo de Jesus, os judeus tinham muitos homens estudiosos das Sagradas Escrituras, com formação suficiente para dar ao Filho do Homem uma cultura e uma formação inimaginável. No entanto, Deus entrega a formação de seu filho - durante quase 30 anos - a uma mulher, sendo, então, a mulher, um ser marginalizado na sociedade.
Este não é um detalhe, na verdade é uma grande subversão da História. Maria muda todo o conceito de educação que se tinha até então e passa a dar a Jesus, além do próprio exemplo de vida, também uma noção de respeito às pessoas - vejam o caso das prostitutas e das crianças, assim como à natureza, que muda o jeito de ver uma sociedade.
Exatamente aí reside a resistência dos judeus a Jesus: curar leprosos, falar com prostitutas, sentar com os cobradores de impostos, tomar uma criança como exemplo é uma loucura que somente Deus poderia cometer: a loucura da vida, que ainda hoje precisamos aprender.
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