Como todo o brasileiro que se interessa por saber como é gasto o meu(nosso) dinheiro no serviço público assisti entre indignado e divertido a farsa em que se transformou a CPI do Cachoeira, na transmissão ao vivo da representação pretensamente séria da reunião em que senadores e deputados deveriam ter ouvido o próprio Cachoeira.
Orientado por seus advogados - um deles ex ministro da Justiça! - declarou que, por direito legal, não tinha nada a declarar. A reunião durou, mesmo assim, mais de duas horas, com raros momentos de serventia, a não ser quando uma senadora pediu a suspensão dos trabalhos, sentindo que o que se passava era uma "palhaçada". Ou quando alguém disse que as perguntas feitas e não respondidas alimentavam o arsenal da defesa.
As negociações para blindar aliados - de praticamente todos os partidos - beira ao deboche. Somente não entram nestas águas turvas quem ainda não exerce o poder. De resto, não escapa nenhum!
Explicações são dadas para coisas que beiram o imoral, embora com o verniz de legal. O próprio ex-ministro que hoje advoga - com polpudo pagamento - diz que é um direito seu aceitar um cliente. Mal comparando, foi dito que seria como se um padre abrisse um bordel onde trabalhassem as mulheres de "vida fácil" (que de fácil não tem nada!), com a explicação de que fica mais fácil de cuidar de suas almas!
Infelizmente setores de muitas profissões beiram a prostituição. No Brasil, os inúmeros benefícios concedidos nos dão a sensação de que sentimos uma certa coceira no nariz: um tampão vermelho nos deixa com a cara de palhaço, jeito de palhaço... E a sensação de que, se a sociedade não se mobilizar, tudo vai acabar em piza.
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