Dia de vacinação. Como o postinho da Santa Terezinha (em Pelotas/RS) informou que haviam apenas dois profissionais trabalhando, foi o caso de colocar a dona França no carro e, lá, fazer a ficha e aguardar para que uma delas viesse até a rua e aplicar a dose que previne contra a gripe.
O tratamento dos profissionais, de primeira. Desde o atendimento burocrático, até aquela que aplicou a vacina, nota dez. Em compensação, as dependências, nota quase zero. As pessoas são atendidas praticamente na rua. Aguardam num espaço aberto, mesmo com as molduras em ferro para vidro, vazias.
Outro problema, a procura por atendimento médico. Quase um milagre, conseguir ficha. Pessoas chegam a se deslocar para o posto no meio da madrugada para garantir um atendimento. Pensei que isto era coisa do passado. Não é. Vizinhos se revesam para obter uma ficha, ou compram o serviço de alguém que faz a vez de paciente.
Praticamente, não há comentário a ser feito. A simples e dolorida constatação de que para se obter um serviço básico - e que a constituição caracteriza como universal - atira uma grande parcela da população numa situação de miséria.
Ninguém pede instalações sofisticadas. Somente que a população merece ter instalações que, mesmo simples, atendam as suas mínimas necessidades. Infelizmente, isto é Brasil e acontece de norte a sul do país. Outra área que precisa ser fiscalizada pois, ao que se saiba, dinheiro existe, mas a sua aplicação percorre corredores estranhos e acaba em mãos que não fazem a saúde andar como deveria. Então é lutar para que, um dia, se tenha uma saúde mais justa.
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