A classe média brasileira – renda familiar a partir de dois
salários mínimos e meio – vem aumentando, chegando, hoje, a 54% da população.
Notícia interessante, quando se sabe de tantas desigualdades nacionais e
regionais, especialmente se olharmos para a questão da oferta de educação, ou à
discriminação pela cor, raça ou sexo.
Mas o ganho é grande. Tenho ouvido pessoas que conseguem,
por exemplo, comer mais e melhor, porque podem, até, se dar a alguns “luxos”,
como por exemplo, colocar iogurte na cesta básica.
Por outro lado, manchete de hoje diz que o governo federal
está preocupado com o endividamento do país.
Para quem tem olhar atento sobre o que está acontecendo, isto não é
nenhuma novidade. Infelizmente, temos no Brasil uma máquina pública que se autoconsome: nossos impostos vão para o gasto com o funcionalismo público e
cargos comissionados, mas não vão para a qualificação de serviços ou a
ampliação de investimentos.
De todos os impostos que gastamos para alimentar esta
máquina, o que temos de retorno é pífio, quase nada. Não dá para se enganar e o
chavão é verdadeiro: temos impostos de primeiro mundo e serviços de quarto
mundo.
No frigir dos ovos, vai ser esta nova classe média,
espera-se, que, mais consciente, pode fazer a diferença nas próximas eleições.
Infelizmente, o que temos de máquina pública deveria ser implodida, em todos os
níveis, e recomeçar de novo. Pena que isto não é possível. Mas, quem sabe,
começando pelas próximas eleições municipais, em outubro, possamos escolher não
aqueles que prometem ou que fazem obras nos últimos três a cinco meses (período
que dura a memória do eleitor), mas sim quem tenha, além de ficha limpa,
histórico comprovado de serviço ao bem público.
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