O dia 21 de março marca a lembrança dos portadores da Síndrome de de Down. Jovens e adultos de diversos programas do município de Pelotas fizeram, ontem, no calçadão da rua Andrade Neves, uma caminhada para conscientizar as pessoas de que eles também têm direito a um espaço na sociedade.
Observando-os, sempre me encanto com o jeito como superam obstáculos não tanto por jogadas inteligentes, mas pela capacidade de darem carinho. Não foi nem um nem dois, mas muitos os casos em que pais ou cuidadores deram como depoimento que, depois que os outros filhos partiram para construir a própria vida, restou-lhes o consolo de um filho/a carinhoso e companheiro pelo resto de suas vidas.
Pois é exatamente aí que centro minha atenção: jovens que conseguiram vencer etapas da vida para poderem viver com dignidade tiveram o acompanhamento em tempo integral de pais, cuidadores e educadores. Estes são autênticos anjos sem asas que dedicam suas vidas para auxiliar alguém a viver melhor.
Aqueles que rejeitam ou não reconhecem a existência do Down, vivem amargurados porque não souberam reconhecer uma deficiência e procurar conviver com ela buscando o melhor que estes seres podem dar. São exemplos preciosos como do jogador Romário, que teve uma filha com a síndrome e não só fez questão de tornar público, mas também lutar por ela e pelos outros que seguem o mesmo destino.
Estes são heróis do dia a dia. Infelizmente, para eles não há monumentos físicos nas praças e parques, mas uma mão estendida num momento de dor, um olhar carente quando estão de partida, um afago carinhoso ao vencer pequenos entraves, compensa cada segundo investido e transforma tudo o que foi expectativa, em carinhosa e terna lembrança.
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