Os problemas do Rio Grande do Sul com as enchentes podem ser oportunidade das boas lideranças administrativas, políticas e empresariais mostrarem competência e visão de futuro. Para além das diferenças e dependência de esmolas, desde agora, governo do Estado e prefeituras precisam olhar para depois que as águas baixarem. Acompanhados pela sociedade, pois, infelizmente, fomos domesticados a aceitar, sem reclamar, termos um dos maiores volume de impostos do mundo com serviços que não correspondem.
São tempos de exceção. No entanto, o consumidor não pode ser penalizado
pela cadeia de perdas que inicia no produtor rural, passa pelo caminhoneiro e
chega ao comerciante, especialmente o pequeno. Assim como quem viu estoques
destruídos. Sem contar os reajustes criminosos de quem se antecipa ao que ainda
vai acontecer. Um processo doloroso, sabendo que ficam cicatrizes. Não é hora
de ganhar com a desgraça alheia, mas compartilhar perdas, minimizando,
especialmente, para quem ficou desassistido.
Quem deseja silenciar os críticos aposta na memória curta do brasileiro. A
crítica, em qualquer momento, é o respiro de sanidade mental e o freio para os
desmandos das figuras públicas. Não se preocupa em fazer média com os
administradores e políticos de plantão, sendo, muitas vezes, "uma voz que
clama no deserto". A generalização de que não se deve criticar agora, mas unir esforços é uma falácia histórica desnecessária. No entanto, sempre
repetida por administradores e políticos incapazes de inspirar confiança.
Falando o “gauchês”, políticos e empresários têm, na atual situação, um
“cavalo que passa encilhado”. Chance para projetos que não sejam oportunistas,
envolvendo setor público e iniciativa privada. Apesar da rasteirice de
discursos que caem na vala comum, emergem lideranças e políticos de bom senso. Eles
podem capitanear a recuperação do que se perdeu e traçar novo perfil para um
estado cansado de viver de glórias passadas... Precisa trabalhar no presente,
com um olho na estrada que se constrói para o “futuro”.
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