Não foram tuas palavras,
Mas teus olhos a derramarem
A intensidade da tua desesperança.
Murchaste acreditando nas tuas
falhas
Como brechas que,
Embora todos os teus esforços,
Não alcançavas a forma de consertar.
Quando acreditaste estar sozinho,
Eras uma flor se despetalando,
Sem perder a essência
De continuar exalando a tua
natureza.
Mesmo quando tuas pétalas
ressecaram,
Ainda guardaste o odor que
permanece
Como um gesto de carinho
Bailando no ar entre seres que se
amam...
Não precisas ter medo das tuas falhas.
Com elas permites à luz chegar
Aos calabouços dos teus
sentimentos.
As rachaduras que o tempo e as
decepções
Deixaram como marcas em teu corpo
Não pedem apenas por cura,
Mas respeito às marcas
Entranhadas em tua pele e em tua
alma.
Elas se formaram em torno dos teus olhos,
Marcaram tuas mãos,
Fizeram dobras e sinais por teu
corpo.
Ao te olhar no espelho,
Tua imaginação percorre outros
tempos
E ganha contornos idealizados.
Não é a tua fantasia,
Mas a realidade imaginada.
Aquela em que se convive
Com o outro aprisionado,
Mas ainda se sonha
Em manter o viço possível.
Pelo olhar, encontra-se a vida
Ainda palpitando e se negando à
finitude...
Continuas rescendendo ao mesmo aroma,
Que já não pode ser abafado,
Assim como deixaste um rastro
De sentimentos e energias positivas
Pelos lugares por onde passaste.
A doçura do teu perfume
É mais do que uma fragrância,
É um misto de beber a saudade,
Que ainda exala
O gosto de sonhos e devaneios!
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