Gasta-se um longo tempo para
Construir lembranças que
Os infortúnios não apagam.
Com elas se aprende que é difícil
Dissipar o que assombra a memória.
No lugar em que as reminiscências esperam
Ouves o eco da minha voz
Implicando em repetir teu nome.
Quem sabe, quando deitamos na grama
Tendo o privilégio de contemplar
As estrelas e o voo dos pirilampos.
Talvez, o quanto gostavas de rever fotografias,
Reencontrar bilhetes amarelecidos,
Ou quando começamos a brincar
Com as figurinhas que diziam: "Amar é..."
Caminhar ao teu lado,
Sem rumo e preocupações,
Apenas pelo prazer da tua companhia;
No privilégio de
Mirar teu rosto
Enquanto partilhas os raios do Sol...
Conversar sobre amores e amizades,
De corações partidos,
Das tentativas de costurar o que ainda sangra,
Sem tempo e sem relógios...
Sentir que a teimosia, muitas vezes,
Impede de lutar
Pelo simples direito de ser feliz.
Ser egoísta,
Nem que seja apenas por um momento,
Para te prender em meus braços,
No desejo de que não sejamos apartados das
Pequenas grandes alegrias do dia a dia.
O tempo precioso de rir sem qualquer motivo
E não se sentir culpado por jogar conversa fora.
A fronteira do teu olhar
É a barreira do tempo transformada
Em frustrações e anseios;
Quando os obstáculos já não moram no outro,
Mas na incapacidade de
Viver a expectativa da espera.
É então que deixas morrer
O que é puro encantamento...
Construir boas memórias
É sempre a difícil e sublime tarefa
De reaprender a sonhar!
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