sexta-feira, 24 de maio de 2024

A fronteira do teu olhar

Gasta-se um longo tempo para

Construir lembranças que 

Os infortúnios não apagam.

Com elas se aprende que é difícil

Dissipar o que assombra a memória.



No lugar em que as reminiscências esperam

Ouves o eco da minha voz 

Implicando em repetir teu nome.

Quem sabe, quando deitamos na grama 

Tendo o privilégio de contemplar 

As estrelas e o voo dos pirilampos. 


Talvez, o quanto gostavas de rever fotografias,

Reencontrar bilhetes amarelecidos, 

Ou quando começamos a brincar

Com as figurinhas que diziam: "Amar é..."


Caminhar ao teu lado,

Sem rumo e preocupações,

Apenas pelo prazer da tua companhia;

No privilégio de

Mirar teu rosto

Enquanto partilhas os raios do Sol...

 

Conversar sobre amores e amizades,

De corações partidos,  

Das tentativas de costurar o que ainda sangra,

Sem tempo e sem relógios...

Sentir que a teimosia, muitas vezes, 

Impede de lutar

Pelo simples direito de ser feliz. 


Ser egoísta, 

Nem que seja apenas por um momento,

Para te prender em meus braços, 

No desejo de que não sejamos apartados das

Pequenas grandes alegrias do dia a dia.

O tempo precioso de rir sem qualquer motivo 

E não se sentir culpado por jogar conversa fora. 


A fronteira do teu olhar 

É a barreira do tempo transformada

Em frustrações e anseios;

Quando os obstáculos já não moram no outro,

Mas na incapacidade de 

Viver a expectativa da espera.


É então que deixas morrer 

O que é puro encantamento...

Construir boas memórias

É sempre a difícil e sublime tarefa

De reaprender a sonhar!



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