Se você já passou dos 30 anos, lembra das campanhas de conscientização
que ocorriam para a vacinação das crianças, especialmente. Os meios de
comunicação recebiam fortes investimentos para que ninguém pudesse dizer que
não havia escutado falar a respeito de ações que cobriam o território nacional
e faziam com que o alcance fosse suficiente para que, gradativamente, doenças
fossem controladas. Os mais velhos ainda têm na memória o convívio com pessoas
que sofreram com sequelas destes males.
É o caso da vacinação contra a Poliomielite, também chamada de pólio ou
de paralisia infantil. Já nos últimos dias de campanha, o Rio Grande do Sul
havia conseguido atingir 72% do público-alvo, acima da média nacional que
estava em 65,74%, mas abaixo do objetivo necessário para dar um alívio nos
recentes aparecimentos de casos, que seria de 95%. Oficialmente, a campanha
encerrou sábado, 22 de outubro, mas a rede pública ainda atende para atualizar
a caderneta de crianças e adolescentes menores de 15 anos.
Vale lembrar que a paralisia infantil é doença contagiosa aguda causada
pelo poliovírus, que infecta crianças e adultos pelo contato direto com fezes
ou secreções eliminadas pela boca das pessoas doentes. O pior são as
consequências, quando podem, até, provocar a paralisia. Nos
casos graves, em que acontecem as paralisias musculares, os membros inferiores
são os mais atingidos. São estas lembranças de casos com vizinhos e conhecidos,
ou mesmo parentes, que se pensava estarem sepultados no passado...
Dando
uma breve descrição, com certeza, memórias de outros tempos podem ser recuperadas.
As sequelas da doença estão relacionadas com a infecção da medula e do cérebro
pelo poliovírus. Normalmente, são sequelas motoras e que não têm cura. As
principais são: problemas nas articulações; pé torto; crescimento diferente das
pernas; osteoporose; paralisia de uma das pernas; paralisia dos músculos da
fala e da deglutição; dificuldade para falar; atrofia muscular e
hipersensibilidade ao toque.
A
universalização da vacina é um dos grandes avanços da civilização. O
negacionismo e o partidarismo estão colocando a sociedade num processo
involutivo. Exemplo mais claro é a vacinação contra o coronavírus, que andou a
passos de tartaruga até que a própria população se deu conta de que estava
embarcando numa canoa furada ao atender aos desmandos de figuras públicas. Esta
mesma vacina que agora chega às crianças e que precisa da atenção e
responsabilidade dos pais para evitar problemas.
Infelizmente,
nos últimos anos, não somente governantes não deram a devida atenção, como se
espalham informações distorcidas sobre supostos perigos da vacina; mau exemplo
de políticos que negam sua eficácia e prioridades eleitoreiras que drenaram
recursos da saúde. Como resultado, o que se acreditava morto e sepultado
ressurge como zumbis dispostos a fazer terrorismo. A “bala de prata” está nas
mãos do cidadão. E nem falo do voto, mas o caminho dos postos de saúde para não
se arrepender depois...
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