domingo, 16 de outubro de 2022

O sorriso de quem faz o bem

A véspera do Dia das Crianças dificilmente será esquecida pelos 88 pacientes internados no setor pediátrico do Hospital de Clínicas, em Porto Alegre. Quando sua atenção foi chamada e olharam pelas janelas, lá estavam seus super-heróis preferidos, devidamente caracterizados, fazendo alpinismo na fachada do prédio. Imaginem a felicidade das crianças em idade, mas também as “crianças mais velhas” - pais e profissionais da saúde, especialmente - quando a interação se deu e a algazarra se formou...

No dia seguinte, um grupo de rapel iria proporcionar algo semelhante no Hospital da Criança Santo Antônio (também na capital), mas o mau tempo inviabilizou a atividade dos voluntários, que percorreram lugares onde as crianças se encontravam, conversando e entregando presentes. O noticiário deu conta de ação semelhante concretizada num hospital de Caxias do Sul. Quem acompanha noticiários sabe que estas proezas já foram realizadas em outras ocasiões, mas sempre tem um toque de carinho e merece o registro.

Um depoimento importante foi dado pelo chefe da unidade de internação pediátrica do Clínicas, Guilherme Guaragna, ao jornal Zero Hora. Conta existirem crianças internadas há meses ou mais de um ano e que as ações “dão um gás”, trazem alegria aos pacientes. O mais importante: “tudo o que a gente consegue ter de recreacional especialmente nesses momentos é um bálsamo para uma criança que às vezes está longe da família. Não é porque a criança está fazendo tratamento que vai deixar de ser criança!”

É uma corrente positiva que passa por diversos voluntariados que recarregam suas energias: grupos musicais, de teatro, religiosos, os “amigos” que não conheciam, mas que os adotam sabendo que deixam suas marcas nas pequenas vitórias que lhes alcança o sentido da própria vida. Não são apenas as crianças que se beneficiam. Muitos pais e até profissionais da saúde dizem que estes “anjos” são, muitas vezes, colocados em seus caminhos em momentos em que já pensavam em desistir, sucumbir ao desespero...


Alguns hospitais, especialmente quando atendem pessoas mais carentes, reconhecem a atuação de quem se faz presente nas casas de saúde, mas também daqueles grupos organizados que providenciam alimentação, roupas, material de higiene... uma infinidade de detalhes que muitos dos internados não têm condições de providenciar. Encontram arrimo em “desconhecidos” que apenas querem que não desanimem. São as mãos invisíveis que agem sem qualquer outro interesse que não seja o de fazer o bem. 

Os “alpinistas” hospitalares têm o sorriso de quem faz o bem. Ver crianças levadas às janelas em cadeiras de rodas, com suportes que as mantém vivas ou buscando forças para caminhar depois da cirurgia, alegra olhinhos necessitados do encantamento de uma atitude “heroica” para não desanimar no tratamento. Trazem para dentro do hospital um pouco do quotidiano e do mundo da sua imaginação. Querem a cura, vencer o estresse da sua rotina. Precisam de ajuda para pensar que o amanhã vale a pena!

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