quarta-feira, 4 de abril de 2012

Semana Santa: tempo de silêncio


Esta semana, duas matérias a respeito de seleção para emprego me chamaram a atenção. Em ambas, a questão central dizia respeito às dicas de como se preparar, como enfrentar e cuidados que se devem ter na relação entrevistado/entrevistador. Um dos depoimentos que me chamou a atenção era de um entrevistador que se queixava da falta de capacidade de concentração, especialmente entre os candidatos jovens. Esta é uma observação que tenho feito em sala de aula. Embora muito se fale de uma suposta “atenção dispersiva”, na prática, isto não se comprova e o que se vê são jovens sem a capacidade de trabalhar com um foco.
O exemplo da criança ou do jovem que está ao computador e que manipula diversas janelas abertas, estudando, estabelecendo relações, acessando sites de curiosidade não significa um “treinamento” para maior eficiência, já que, em tese, “administra” todos os contatos. A mentira começa exatamente por aí: em muitos casos, janelas são deixadas abertas por esquecimento, ou por falta de interesse no seu manuseio, assim como pessoas são escanteadas se não mostrarem algo de interessante para a sua satisfação.
Uma das receitas dadas para a capacidade de concentração é algo tão antigo quanto a própria humanidade: a reflexão. Um tempo especial para ser gasto na leitura de um livro, ouvir música, ou apenas ficar em silêncio num lugar especial, que pode ser o próprio quarto, um cantinho da casa ou do pátio.
A Semana Santa é propícia para isto. Os cristãos utilizam para rezar, que é uma espécie de reflexão. Os demais poderiam aproveitar este tempo de menos festas (baladas, mesmo), para procurar um tempo para si mesmo, exercitar seus espaços de sanidade mental.
Não vai fazer mal silenciar um pouco. Bem pelo contrário, não conheço alguém que tenha saído deste exercício sem que tivesse feito uma boa experiência. Aprendendo a silenciar, também vai aprender a refletir. E este pode ser um bom caminho para, num futuro, fazer uma boa entrevista para emprego. Aprendendo a lidar com suas próprias emoções, ao menos vai conseguir viver mais intensamente e melhor.

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