domingo, 28 de abril de 2024

Apenas uma gota de orvalho

Quero matar a sede que me atormenta.

Busco por uma cisterna que tenha

O frescor da vida que se renova,

Na solidão e no silêncio,

Onde os pingos da chuva demoram a chegar.

 

Quando caem, florescem

No deserto dos meus sentimentos.

Tenho anseios que possivelmente

A água não consiga aplacar.

Eles debilitaram meus membros,

Ressecaram minha pele,

Tiraram o viço do meu semblante.

 

Trago a boca seca pelo tempo,

Ansiando pelo carinho

De quem sempre acreditei amar,

Sem conseguir compartilhar

Meus sonhos irrealizados.

 

Ainda procuro por um oásis,

Onde possa umedecer a garganta,

Amenizar o calor do corpo,

Refrigerar meu peito.

 

Quem sabe,

Seja apenas uma gota de orvalho,

Na intensidade de quem

Encontra uma fonte,

Feliz em molhar os lábios,

Grato por mergulhar no prazer de

Simplesmente sentir que a vida continua!