Quem acompanha meus comentários sobre a relação do cidadão com o meio urbano conhece as críticas que faço a respeito do descaso e inoperância dos serviços públicos (diga-se, aqui, em especial, a prefeitura municipal). Andando pelas ruas da cidade, veem-se tapa-buracos que se desmancham e quebra-molas que se dissolvem, por exemplo. Sabe também que as exceções são os espaços mais humanizados, que dão um respiro para a população, feitos por parte da iniciativa privada, nos bairros planejados.
Embora possa existir - mas não se conhece – é preciso um plano de
revitalização, um olhar sobre o futuro da cidade. Muitas obras têm a marca de
administradores de 20 anos atrás, início do mesmo grupo que se mantém até
agora. Quando planejaram, buscaram investimentos que vem, sonolentamente, se
concretizando. Passaram cinco mandatos e, nos últimos anos, tivemos políticos
relativamente competentes em “fazer ação partidária”, sem serem administradores
de visão que planejam os rumos do município.
Algumas áreas foram contempladas com núcleos residenciais junto a ruas que,
no máximo, seriam auxiliares e acabaram transformadas em inter bairros. A
incapacidade de projetar os rumos da malha urbana despejou populações, levando pessoas
a residirem em áreas em que se desenvolve o comércio e os serviços, mas
estagnou o atendimento público. Sem o alargamento de ruas, reforço nos sistemas
de abastecimento e, o que não é um luxo, mas sim uma necessidade: espaços
verdes de sanidade mental.
Um dos elementos desprezados tem sido o do meio-ambiente: em tempos em que
o aquecimento global se torna uma realidade, está faltado o plantio de árvores
de sombra. Alguns vão me acusar de atrasado. Por quê? Não teremos outras
temporadas de verão calcinante, como se teve nos últimos anos? Eu, ao menos,
não sei de nenhum programa de plantio de árvores em ruas, avenidas, parques e
praças. A carência é tão grande que a população procura sofregamente espaços ao
ar livre para o convívio e atividades físicas.
Em muitas ruas, tem-se uma autêntica paisagem desértica... Humanizar o
meio ambiente urbano pressupõe o convívio com elementos da natureza. Não apenas
com aqueles que são ornamentais, de rápido atendimento para supostas
necessidades estéticas, mas com pífios resultados para que o cidadão possa
usufruir e beneficiar-se. Além da preservação de áreas naturais que possuem
funcionalidade, como os banhados e sangas, a competência administrativa está em
oferecer ao cidadão aquilo que dá gosto de viver como sendo um lar, sua
comunidade, a cidade onde nasceu e optou por viver.
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