Passados os eventos do início do ano (Carnaval e Páscoa), está na hora de se recomeçar as rotinas de trabalho. Especialmente, num ano eleitoral em que se escolhe quem vai administrar os destinos dos municípios: prefeitos e vereadores. São os guardiões e os cuidadores da população, já que mantém os serviços básicos, fiscalizam e determinam as legislações que norteiam a vida das comunidades. E quem são aqueles e aquelas que deveriam merecer uma atenção especial por parte de nossas autoridades constituídas?
Candidatos precisam focar na palavra “cuidar”, especialmente imergindo no difícil mundo de quem se encontra marginalizado, desassistido, como desempregados ou subempregados, idosos, doentes, deficientes físicos e mental. Ora, ouvem-se muitos discursos de quem enche a boca (e também prostituí) com a palavra solidariedade. Se fizessem um exame de consciência veriam que, para além dos discursos fáceis e pré-programados, as palavras não têm lastro, significado concreto para o outro.
São políticos (e poderia se dizer, em muitos casos, também religiosos) que
abdicaram de princípios (alguns, infelizmente, nunca os tiveram). Profissionais
que construíram ideologias em cima de teorias que nunca serviram ao povo.
Infelizmente, o mau exemplo dos gestores fez com que a população voltasse as
costas para a participação democrática. Sabe que a máquina pública é mantida às
custas do seu sangue e suor, mas não acredita que ela encontre respostas para
os seus problemas. Então, improvisa...
O caso de organizações que providenciam alimentos e atendimento, suporte
para idosos, deficientes físicos e mental, mendigando o direito de fazer o que
a própria Constituição prevê como sendo responsabilidade do Estado. Esmolam
migalhas para sobreviver e atender quem, de outra forma, cai na vala dos
desassistidos e marginalizados. Em todos estes casos, o discurso dos
“engravatados” não rima com gestos concretos, a não ser aqueles que repercutem
na mídia e nos aparelhamentos de seus “currais” eleitorais.
A sobrevivência política faz com que se entregue os
anéis para não se perder os dedos. Assim, em todos os níveis, encontram-se
grupos que buscam se perpetuar (com pequenas variações). Já foi dito que “o
distanciamento entre os governantes e os governados é a negação da democracia”.
Mais do que o distanciamento, a indiferença e a apatia tornam-se elementos
perigosos na convivência republicana. Raposas interessadas em cuidar do
galinheiro sempre existiram. E fazem discursos sedutores!
Pregam mostrando que, na prática, a teoria é outra... Não aprenderam que solidariedade
não pode ser uma atitude acadêmica que se aprende por elucubrações mentais. Pelas
esquinas, vielas e grotões dos municípios aparecem aqueles que se acomodam aos
chamados “benefícios sociais”, porque é a forma que encontram de sobreviver.
Este é o “povo” (palavra também já bem judiada) que deveria ser causa e razão
de se fazer política: o lugar onde o cidadão vive e é tratado com todo o respeito
que merece.
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