A chegada de dezembro alerta que, ali adiante, está a celebração do Natal e rituais de mudança de ano. Para diferentes pessoas que se pergunte o que as festas significam vão se ouvir variadas respostas. Uma criança será pura expectativa, enquanto o adulto mais envelhecido dirá que já aconteceram festividades melhores, em especial quando pessoas que fazem falta estavam presentes. É Natal e Ano Novo, precisando ser a reenergização da fé (consequentemente, religiosa) e também no ânimo de enfrentar a própria vida.
Numa mensagem pelas redes sociais, li que pessoas
que dizem não gostar mais destas festividades desperdiçam a oportunidade de
fazerem a felicidade alheia. Em especial, quando se refere às crianças que aguardam
os momentos que os adultos deveriam tornar mágicos. Quem lamenta o passado,
fica preso nas (quem sabe, boas) lembranças e não se dá conta de que pode (e
deve) fazer a mágica do aprendizado, com o condão de se abrir caminhos deslumbrantes
para que outros aprendam e consigam se encantar.
Para além do consumismo, a infância é o lugar, por excelência, dos sonhos. Claro que a criança quer um brinquedo. Será impulsionador da magia. Mais do que ser caro, precisa atender àquele momento da sua vida e da sua fantasia. Este mundo encantado do qual os adultos precisam ser os guardiões, com a certeza de que se os tempos são diferentes e os brinquedos mais sofisticados, no entanto, o olhar de encantamento e a ternura querem galopar, planar, voar por dimensões que apenas a imaginação tem o poder de singrar.
Se espiar pela janela, verá que o Mundo não trata da
mesma forma as crianças. Então, pode, sim, fazer campanhas em que se arrecadem
alimentos, roupas, brinquedos, com a intenção de melhorar o Natal dos mais
necessitados. Este ano, quando for participar da distribuição, faça diferente:
leve seus filhos, sobrinhos, netos... Mostre a eles para onde estão indo os
objetos que combinaram que fariam parte do “desapego” familiar. Se possível,
deixe que entreguem, na partilha daquilo que, um dia, os fez mais felizes...
A pobreza e a miséria são as chagas mais tristes de
uma sociedade que se diz “humanista” e “cristã”. Sair da zona de conforto
dentro do próprio pátio ou do condomínio é imersão numa existência dura, mas
real. Ir ao encontro nos bairros e periferias, ou onde pernoitam ao abrigo de
uma marquise, é dizer que o pesadelo precisa ser tratado como tal e, dele,
necessita emergir o homem/a mulher que dá sentido ao nascimento, vida, morte e
ressurreição daquele Jesus que balbucia na manjedoura...
A magia de viver o espírito de Natal acontece ali
onde uma criança sente (e não teoriza) a solidariedade: objeto que fez parte
dos seus brinquedos incentiva a que outra ganhe o direito de também brincar. Se
falhamos, enquanto adultos, em fazer uma sociedade mais justa, precisamos dar
oportunidades, sem os nossos preconceitos, de que se encontrem nas suas
diferenças, mas, especialmente, no que têm em comum: o condão mágico do
encantamento. O sonho que ameniza o agora e dá sentido a não desistir da
esperança!
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