As lanternas delineiam
Um rumo ao longo do caminho.
Sua luz de velas dá contornos
imprecisos à noite.
O som da brisa, na margem do lago,
Sussurra, acariciando
Os juntos que flutuam no espelho
d'água.
As próprias árvores aquietam-se
Ao fazer a moldura que acolhe o
olhar do viandante.
Definir se é este o rumo
É missão que demanda tempo,
paciência e carinho.
Peregrinos e caminhos muitas vezes
se confundem.
Existem aqueles
Que nunca se importam
E querem apenas sentir o tempo
passar.
Quem não o compreende,
E se perde em devaneios,
Confundindo o próprio sentido.
Os que intuem o mistério do tempo,
Dolorosamente vivido na imprecisão
do destino.
Meu coração aperta
Na névoa que, aos poucos, embota os
sentidos.
Impede de ver à distância
E flutua por sobre as águas.
Na confusão de sentimentos,
Perdi a perspectiva,
Andei muito tempo sem entender que
Fazia parte da
Procissão dos desalentados e
desesperançados.
No final da tarde,
Quando o último raio de Sol
Rasgou o horizonte por debaixo das
nuvens,
Ficou a certeza de que
A chuva vai parar e restará o
poente
Enquadrado por uma nesga do Céu e da
Terra,
Desenhando sinuosidades no breu da
paisagem.
Não apaga o luzeiro que outros
Acenderam para tornar a jornada
menos difícil.
Afinal,
apagar rastros é missão quase impossível
E
o destino é apenas a trilha.
Ele não te faz feliz ou infeliz,
Te oferece oportunidades para que
traces o norte.
Não culpa a estrada ou o andante pelos
teus infortúnios.
Por toda a vida reclamaste das
ocasiões perdidas,
Como se não fossem
Os teus próprios fantasmas que te atormentaram.
Com o tempo,
Conviver com eles é descobrir que
As vozes de quem partiu ainda se fazem
presente,
Como sombras que se ocultam nas
dobras da noite.
Abre os olhos e o teu coração.
Quando a manhã orvalhar a grama,
Deixa teus passos marcados e
percebe que
Andar é missão e faz parte da sina
de cada um.
E que chegar é momento único que
toma sentido
Quando se valoriza o próprio
caminho!
Nenhum comentário:
Postar um comentário