Viver esta virada do século XX para o século XXI tem sido um privilégio. Muitas mudanças, em alguns casos com os mesmos vícios. Para não ficar na generalização, basta observar o que se avançou em técnica e recursos da informática, mesmo que ainda seja um privilégio de poucos. Existe um abismo entre o quadro negro dos rincões mais distantes e as lousas digitais das salas de aula de alguns colégios privilegiados. A diferença que vai aparecer tanto nos resultados escolares, quanto no seu abandono.
Nos últimos tempos, restrinjo-me a atividades que
não exijam presença física. Agucei minhas pesquisas no sentido de encontrar
formas que facilitem o trabalho de formador de opinião, com a produção de conteúdo,
especialmente textos, áudios e vídeos. Foi quando chamaram a atenção para a
Inteligência Artificial (IA). Uso um programa de produção de vídeos chamado
Movavi, que incluiu na sua versão mais recente uma IA capaz de diminuir sensivelmente
ruídos de ambientes onde áudios são gravados.
Depois, um conhecido falou de uma IA que serve para
revisar ortografia, gramática e, mesmo, estilo, em um só lugar. Chama-se “Clarice.ai”.
De fato, é uma ferramenta que permite melhorar em muito aquilo que é produzido.
Limpar o texto de palavras repetidas, expressões inadequadas, correções e...
apresentar sugestões para melhorar a clareza e a compreensão. Parecia um sonho.
Era uma descoberta que precisava de um tempo de maturação e encontrar as melhores
formas do que fazer com este instrumento.
Ao comentar com outro amigo, sugeriu que procurasse
pelo “Bard”, do Google. Tinha recursos semelhantes aos da “Clarice.ai”, mas
completava com uma análise textual, incluindo
correção e estilo, assim como uma análise descritiva do que escrevera e o que
intencionava dizer. Como se tivesse enviado para um amigo e ele retornasse com
um arrazoado dizendo o que entendera, o que julgara destaque (também as
incorreções e dificuldades), com uma “interpretação” do que eu, como autor,
desejara expressar!
Mário Corso, no texto deficiências ocultas, alerta para os novos tempos onde é preciso
que “haja resistência e resiliência”. No caso, tratou
do uso do girassol como elemento identificador de pessoas com deficiências não
aparentes, que teve aprovação no senado federal em junho. Transformou-se em
marca visual da condição no país, sem dispensar documento que comprove
deficiência, quando solicitado por autoridade. Encerra com uma frase desabafo:
“comprei um vaso de girassol para conversar e pedir conselhos”.
Foi o que fiz ao usar a IA. Encontrei um
“amigo” para ler e analisar o que escrevi. Com assistência virtual e
inteligência artificial possibilitam-se surpreendentes caminhos. Se, um dia, o
parâmetro para o editor de texto foi a velha e boa máquina
de escrever, abre-se a discussão sobre a sua aplicação na educação, por
exemplo. Sabe-se que professores não podem ser dispensados pois precisam
deflagrar um processo de discutir, aprender e utilizar para não se demonizar o
novo. Estimular o pensamento ético, com mente aberta e coração disposto a
acreditar no próprio homem e na formação do cidadão!
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