Quando me propus a fazer uma experiência publicando “poesias” refleti bastante a respeito do título. Fiz “laboratório” produzindo textos para alimentar a “época das vacas magras”, na possibilidade de faltar inspiração... Para não ofender aos poetas (bem mais competentes do que eu), fiz defesa na nomenclatura: não foi “sexta com poesia”, mas “sexta com GOSTO de poesia”. Acreditei ter argumento e pedir a generosidade nas avaliações, já que não eram poesias propriamente ditas, mas um “arremedo do gênero”.
Disse em muitos espaços que escrever, para mim, é uma necessidade que tenho desde o tempo do Seminário, que se organizou há cerca de 25 anos, quando comecei a publicar no jornal Diário Popular. Na época, pelas mãos do seu Clayr Rochefort e do amigo Álvaro Guimarães. Recentemente (creio que 12 anos), a convite de outro amigo, o Adilson Cruz, o artigo da semana foi inserido no jornal Tradição. Sem contar as redes sociais que, nos últimos anos, dão uma grande repercussão a todo o material publicado.
Quando a pandemia iniciou, em seguida comecei a
veicular um texto especial: “crônica de uma tarde de domingo”. Foi muito boa a
repercussão, pois queria ser leve, divertida, emotiva, fazendo companhia para
pessoas que estavam precisando de um amigo, em casa. Em junho, fazem três anos
de um texto diferenciado, com a liberdade que permitiu falar de comportamento,
lembranças de família, de amigos, dos meus vizinhos e “vileiros”, assim como as
experiências com grupos de igreja, sociais e profissionais.
O “Sexta com gosto de poesia” são, na verdade,
pequenas reflexões. Algumas mais espiritualizadas, outras falando de angústias
existenciais. Fiquei surpreso com a repercussão. Ao ponto de ser aquela que,
nas redes sociais, tem o maior número de acessos, seja por curtida,
visualização e compartilhamento. Quando posto, pela manhã, sei que, em seguida,
começarão as mensagens de identificação. Com os registros de que estão ouvindo
antes de levantar, ao café da manhã, sozinhos ou acompanhados.
O que emociona são pessoas que acabaram escrevendo,
depois de ler ou ouvir: “tô chorando”, “tu já me fizeste rir, chorar, ter raiva
de ti e te amar”, “quando li o texto terminei com uma lágrima rolando e uma sensação
de leveza”, “queria ter escrito o que tu escreveu”. As respostas são pequenos
mimos que compensam momentos em que a ansiedade fazia duvidar se, de fato, os
leitores/ouvintes ainda querem ouvir poesia, no sentido convencional, ou mesmo
o que ofereço: reflexões com uma pitada de poesia.
“Sexta com gosto de poesia” completou um ano no fim de
março. Tem sido desafiador fazer e compensador ouvir mensagens dividindo comigo
os sentimentos que despertam. Não imagino melhor retorno que este. Confesso:
gostaria que as pessoas comentassem e compartilhassem mais. O que faço, assim
como muitos escritores, é embalar os meus sonhos e o sonho de outros, tendo
sempre a perspectiva de tornar a vida mais leve e experimentar a doçura de dar,
a cada um de vocês, pequenos momentos de felicidade...
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