E continuou: “acho que ele matou todos e se matou por que ninguém queria
conversar com ele!” Conta que houve silêncio e que teve que ir ao banheiro chorar
diante da lição de um menino: “ontem depois de 15 anos dando aula aprendi com o
Victor de 10 anos o que é ser humano e que nós matamos uns aos outros dia após
dia! Cheguei em casa abracei meu esposo e filhos e voltei a ligar para meu
irmão... Temos o poder de causar mal ao outro e não nos damos conta... Ensinem
seus filhos a amar, não ensinem o ódio, não ensinem eles a machucar as pessoas!
Conversem, conversem e se cuidem!”
Diante de uma nova tragédia, desta vez numa creche em Blumenau (SC), é
preciso recuperar velhas e não aprendidas lições. Formadores de opinião
não podem cansar de repetir o que estava numa postagem do Facebook, sobre o
caso na escola. A pergunta é: “pais, já participaram da reunião quando são
chamados? Vocês já olharam o que seus filhos estão assistindo no celular? Acompanham
os conteúdos que seus filhos recebem na escola? Conhecem as amizades que seus
filhos frequentam? Não é só cobrar dos outros, os filhos são seus e a
responsabilidade é (primeiro e especialmente) dos pais.”
Outro card dizia: “antes de compartilhar
ameaças às escolar e alarmar, olhe a mochila de seu filho quando sair de casa;
as gavetas do seu filho, o celular, o histórico de conversas e pesquisas na
internet. É dever da sociedade (Estatuto da Criança e do Adolescente) proteger
crianças e adolescentes. Lembre-se: a privacidade dos filhos é limitada.”
Confirma que pais e familiares são os primeiros educadores e que a ausência
pode ser a omissão que mata. E nem se falou da administração pública –
muitas vezes politiqueira – transparecendo um governo que quer punir. O mesmo
que se mostra omisso e incompetente para articular políticas públicas de
segurança e educação.
A omissão gera a desagregação e o desequilíbrio emocional,
surpreendendo quem prefere não ouvir e entender os sinais visíveis no
comportamento, especialmente de adolescentes. “Se surpreendem” quando veem os
filhos recolhidos pela polícia porque condenaram outros pais à ausência
perpétua. Em Blumenau, quatro inocentes foram mortos. Crianças que
têm nomes, rostos, risos, dormiram observados por pais que curtiam o momento e
projetavam o seu futuro... Na ausência brutal e criminosa, perderam a aparência
física e restou semblantes delineados pela dor e pela saudade...
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