Já evoluímos bastante no conhecimento das atividades do cérebro. No entanto, como em qualquer tratamento do ser humano, doenças ou deficiências desta área do corpo precisam de um diagnóstico individual. Embora a cultura popular induza a que as pessoas acreditem nos "achismos”, automedicar-se ou seguir receitas dos “doutores Google e YouTube” pode ser um perigo que retarda um tratamento adequado, com sequelas que poderiam ter sido evitadas. Afetando, em diversos níveis, todas as formas de convívio.
O aumento na expectativa de vida traz a possibilidade de se viver mais. No entanto, ainda não se consegue estender à maior parte da população a qualidade de vida que todos merecem. Inclusive no que se refere à preservação das memórias. Esquecimentos - ou seus males correlatos - são daqueles que as pessoas e a própria família preferem não comentar. Com idosos ficando cada vez mais reclusos em seus lares, muitas vezes prejudicando o seu convívio social. Um preconceito que restringe a sua própria liberdade.
Os lapsos de memória sãos os mais comuns e podem acontecer em qualquer etapa da vida, mas se intensificam quando se avança em idade. Variam de esquecimentos breves e inocentes, como perder algum objeto ou olvidar o nome de alguém próximo, até casos mais preocupantes, que sinalizam problemas de saúde. Ansiedade, depressão, alterações no sono, infecções ou doenças neurológicas estão entre os motivos de preocupação quando começam a aparecer os primeiros sinais e, depois, ao se tornarem uma constante.
Entre as doenças neurológicas, hoje, se fala bastante no Alzheimer. Uma das formas mais comuns de demência. Ainda não se conhece as suas causas, mas se acredita que sejam geneticamente determinadas. O certo é que a doença se instala quando o processamento de certas proteínas do sistema nervoso central começa a dar errado. E a própria demência, que não é uma doença específica, mas um grupo de sintomas caracterizado pela disfunção de, pelo menos, duas atividades do cérebro: a memória e o discernimento.
Conhecido disse não saber “onde foram parar minhas lembranças”. Elas não afloram, mas estão guardadas na mente que se esforça pelo contato com a realidade, tendo como referência rostos, momentos felizes e o carinho da família e amigos. Treinar a mente e o coração, em qualquer etapa da vida, é o começo para definir melhor o fim de cada um de nós. Quem sabe, fazer “chantagem” e perguntar: “mãe, já te disse, hoje, que te amo?” A senhora responde: “não lembro”. Comprimi-la contra o peito e dizer muitas vezes para quem começa a trilhar a senda do esquecimento: “eu te amo, eu te amo e eu sempre vou te amar…”
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