Navegarem pela palma da tua mão.
Sem qualquer pressa,
Fui sentindo os relevos,
Acariciei cada uma das linhas
Que desenharam teu destino.
Estavam ali os sulcos do tempo
Que juntaram a poeira dos anos.
Deixaram calos
E machucados que te desnudam,
Compartilhando
Um pouco da tua história.
Não resisti em
Querer protegê-las com as minhas,
Erguer até o meu rosto e cerrar os
olho.
Em cada toque,
Sentir que repartes comigo
O teu riso e as tuas lágrimas.
A intensidade da pele
Que formiga cumplicidade.
Precisava delas para emergir da
apatia.
Tornaram as palavras desnecessárias
Ao serem a bênção que regou a minha
face.
Eram pincéis que percorriam
reentrâncias
Fazendo as tintas harmonizarem
Com meus olhos e meus lábios.
Foram elas que me calaram
Quando teus dedos selaram minha
boca
E deixaram meus lábios
entreabertos.
Todos os sentidos
Ansiavam por se fazer presentes.
Subiram por meu rosto para ajeitar
um
Cabelo que, travesso,
Teimava em descer pela testa.
Apenas a lembrança
É motivo de um sorriso
sonhador.
Eras a ânsia da minha incompletude.
Será pecado a simples recordação
De que fostes a mais pura expressão
do Divino?
Com o tempo,
Mesmo a aspereza da tua pele
Exalava carinho.
Tornava presente cada filamento
De um sonho bom,
Do qual não queria mais acordar.
Eras meu Natal e meu ano bom,
O que mantinha meu coração em
festa!
Fiz todas as viradas, os reencontros,
Voltei das vezes em que mergulhei
na saudade.
Na concha das tuas mãos
Abrigaram-se meus sonhos,
Liberaram-se meus medos,
Alavancaram meus voos
Na esperança de que um dia
Me recebas no retorno ao teu abrigo!
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