sexta-feira, 22 de dezembro de 2023

Devolve o gosto de viver o Natal...

Natal e Ano Novo tem jeito de

Sussurros que invadem lembranças.

Um tempo para remexer em saudades.

Palavras que anseiam por dizer

Aquilo que habita sentimentos.

Quando se adormece o sentido,

Não deixam de existir,

Espiam na letargia das nossas memórias.

 


Ao perderem a magia e o encantamento,

Vulgariza-se a essência das palavras.

Mais difícil de entender,

Porque a preocupação já não é com o dito,

Mas a forma como alguém diz.

Na maior parte das vezes,

Tornam-se rotinas desabitadas de intensidade,

Num tempo de palavras perigosamente vazias.

 

Temperá-las

Exatamente ali onde guardam sabores.

Amargas. Ferinas, cortantes.

Ou, doces. Encantadoras, um bálsamo.

Como perseguir a luz do sol,

Mesmo com nuvens espessas.

Aguarda uma brecha que ilumine teu rosto,

A energia que pulsa teu corpo e faz emergir tua alma.

 

É singrar as águas do rio,

Martelar os remos na cadência do coração.

É possível que possas, apenas, ouvir estas batidas

Quando a neblina não deixar que vejas as margens.

É, então, que

Precisas diminuir o ritmo,

Espreitar possibilidades,

Redescobrir as tuas sensibilidades.

 

Navegas em busca do melhor que

As palavras significaram para ti.

Persegues seus rastros.

Marcas do

Que tem gosto de incompletude,  

Onde o silêncio das tuas lembranças

Desenha sombras que impedem

De viver plenamente o encanto do momento.

 

 

Se já não tiver jeito

E eu não conseguir recuperar o sentido da vida,

Quero ao menos, em algum momento,

Reacender a magia e o encanto de viver em festa.

Natal e Ano Novo serão sentidos

Recuperados na memória das palavras parceiras,

Aquelas que não escondem segredos,

Apenas esperam.

 

Se for assim, por favor,

Me devolve, ao menos,

O gosto e o sentido de viver o Natal...

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