Natal e Ano Novo tem jeito de
Sussurros que invadem lembranças.
Um tempo para remexer em saudades.
Palavras que anseiam por dizer
Aquilo que habita sentimentos.
Quando se adormece o sentido,
Não deixam de existir,
Espiam na letargia das nossas
memórias.
Ao perderem a magia e o encantamento,
Vulgariza-se a essência das
palavras.
Mais difícil de entender,
Porque a preocupação já não é com o
dito,
Mas a forma como alguém diz.
Na maior parte das vezes,
Tornam-se rotinas desabitadas de
intensidade,
Num tempo de palavras perigosamente
vazias.
Temperá-las
Exatamente
ali onde guardam sabores.
Amargas.
Ferinas, cortantes.
Ou,
doces. Encantadoras, um bálsamo.
Como
perseguir a luz do sol,
Mesmo com
nuvens espessas.
Aguarda
uma brecha que ilumine teu rosto,
A energia
que pulsa teu corpo e faz emergir tua alma.
É singrar
as águas do rio,
Martelar
os remos na cadência do coração.
É
possível que possas, apenas, ouvir estas batidas
Quando a
neblina não deixar que vejas as margens.
É, então,
que
Precisas
diminuir o ritmo,
Espreitar
possibilidades,
Redescobrir
as tuas sensibilidades.
Navegas
em busca do melhor que
As
palavras significaram para ti.
Persegues
seus rastros.
Marcas
do
Que
tem gosto de incompletude,
Onde o
silêncio das tuas lembranças
Desenha
sombras que impedem
De viver
plenamente o encanto do momento.
Se
já não tiver jeito
E
eu não conseguir recuperar o sentido da vida,
Quero
ao menos, em algum momento,
Reacender
a magia e o encanto de viver em festa.
Natal
e Ano Novo serão sentidos
Recuperados
na memória das palavras parceiras,
Aquelas
que não escondem segredos,
Apenas
esperam.
Se
for assim, por favor,
Me
devolve, ao menos,
O
gosto e o sentido de viver o Natal...
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