Há um tempo na vida em que o mais importante
É
organizar os arquivos já existentes,
Mais
do que abrir novos compartimentos.
O
que se acumula com o passar da existência
É
suficiente para que se acarinhe lembranças,
Saudades
e ausências.
Elas
podem ser encontradas em meio aos livros.
Pequenos
pedaços de papel, onde ficou
Eternizada
apenas uma frase, um desenho,
A
sensação da incompletude
Porque
não se conseguiu chegar a alguém
No
clamor das horas de angústia e de solidão.
Estão
no objeto guardado numa pequena caixa
Fazendo
eco ao passado com o detalhe
De
um botão, um brinquedo, um fetiche
Esquecidos
até do que ainda resta da memória,
Mas
dispostos a reavivar chamas,
Reacender
melancolias.
Estão
nos retratos que se misturam
Com
as reminiscências que evocam.
Onde
se precisa de esforço
Para
delinear rostos, relembrar situações,
Tomar
posse de lembranças
Que
hoje têm a dolorida sensação de ausências.
O
lugar de onde vêm os sorrisos e as lágrimas.
Que
matreiramente, agitam as nossas
Faces,
onde também se misturam
Pontadas
de dor e momentos de doces recordações.
Este
é um dos arquivos que apenas se precisa
Fechar
os olhos para que se faça presente.
Aqueles
momentos que - nos pareceram -
Duraram
pouco, mas foram ressoando
E
deixando marcas que não podem ser esquecidas.
Uma
folha em branca em que se rabiscou
O
destino e as relações de quem nos marcou,
Com
vozes que insistem em se fazer saudade.
Não
basta guardar as boas lembranças,
Tentar
esquecer as ruins
E
conservar as que foram especiais.
Elas
condicionam e exigem que
Se
volte a todos os arquivos que
Não
tem jeito de se apagar.
Guardo
de um lado do peito lembranças e saudades.
Fiz
uma trégua com o meu passado:
Entre
reminiscências e ausências,
Desejo
viver em paz com o presente.
Já
que o tempo que me brinda com a vida
É
o mesmo que brinca com o sentido da minha existência...
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