A semana entre as celebrações do Natal e a virada do ano, comumente
chamada de Semana Natalina, fecha um ciclo. Possibilidade de aliviar, nem que
seja por pouco tempo, o estresse de algumas atividades. Fazer as contas do que
se conseguiu neste que não foi o melhor dos anos – problemas na economia, na
política, os fantasmas da pandemia ainda rondando por aí... Porém, pode – e
deve – propiciar reencontros, boas lembranças e a certeza de que a vida sempre
dá uma nova oportunidade.
Meu último texto do ano pretende ser um alerta. Sei bem que grande parte
dos leitores é consciente dos excessos que se cometem. No entanto, não custa
lembrar: costumo dizer que, hoje, não bebo nada de álcool, nem vinho de Missa,
porque nesta encarnação, creio, já bebi todas. Nove anos sem álcool não me
levam às tropas daqueles que se posicionam contra o seu consumo. Esta é uma
“conversão” que precisa ser pessoal. Uma tomada de decisão, normalmente num
momento de tensão e de algum sofrimento.
O que me preocupa é o consumo de álcool por menores, inclusive criança,
nestes dias. Das coisas mais simples, como o vinho batizando a água, como se
refresco fosse, e ajudando a dormir, até: “alguns golinhos de cerveja não fazem
mal algum”. O primeiro passo para a dependência não acontece na juventude, como
muitos acreditam, com as festas e baladas. A tolerância em casa por pais que
muitas vezes também consomem, com a explicação de que “eu paro quando quiser”,
são o primeiro e mais forte exemplo.
Seguem a necessidade de aceitação social e teste dos próprios limites e se
encontram as razões mais comuns para o consumo precoce do álcool e do fumo, as
chamadas drogas lícitas. Estranhamente, as meninas, em 2022, aumentaram o
consumo a mais que os meninos, chegando a patamares próximos: uma em cada
quatro das que participaram de pesquisa do IBGE disseram consumir regularmente.
E vejam que pesquisas assim dificilmente não estão mascaradas pela vergonha de
reconhecer a dependência.
Em conversa com amigos, de mais do que um, ouvi que somente se sentiram
adultos, maduros, quando abriram mão de alguma coisa em favor dos filhos. Foi
quando se deram conta de que seus pais fizeram exatamente o mesmo, por toda uma
vida, sem que reconhecessem ou agradecessem... Por ilação, pode-se tirar para
quem assumiu o cuidado dos pais, de algum familiar ou amigo, em questões de
saúde, especialmente. É um longo tempo de redimensionar valores, sentido das
pequenas e das grandes coisas.
Amigo e amiga, faço um brinde à vida: Tim-Tim! Se achar necessário,
consuma alguma bebida. Sem perder a noção de quem está sob seus cuidados. São tantos
os costumes que marcam a espera - roupa nova, casa limpa, troca de presente que
não se deu no Natal – que não se deve iniciar o ano com a sensação de
ressaca... Será fácil? Não, mas não desista. Tem alguém ao seu lado que o faz
feliz? Então, sorria, abrace, beije, seja o motivo de esperança de quem não
desistiu de você. Tem jeito melhor de iniciar 2023?
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