Minha caminhada matinal passa, em alguns dias da
semana, pelas ruas do bairro Quartier, que ficam próximas à sanga, ao lado
contrário das instalações da Unimed, no bairro Três Vendas, em Pelotas.
Recentemente, começou a se perceber obras em uma quadra que estava fechada,
onde, segundo a maquete exposta, inclusive na Fenadoce, vai ser uma rampa que
possibilitará acompanhar o pôr do sol, acompanhado de boa conversa, quem sabe,
também, de um bom chimarrão ou a bebida que preferir...
Meus 45 minutos de andança fazem atravessar também o
Quinta do Lago, com ruas e estrutura prontas para circulação, entretenimento e cuidado
ambiental que prometem um diferencial na qualidade de vida, tanto para os
moradores das duas áreas quanto para os vizinhos, que já ocupam seus espaços no
final da tarde e finais de semana. Um fenômeno interessante é que um dos
condomínios populares – o Moradas Pelotas – que fica contíguo já teve seus
valores de aluguel aumentados em função desta proximidade.
Fomos acostumados a não pedir infraestrutura urbana
e serviços, achando que são luxos e existem outras carências a serem atendidas.
Hoje, percebe-se que a penúria de recursos tem a ver com a incapacidade dos gestores
públicos. Quando não conseguem alcançar algo que a população precisa omitem-se
e se fica com a ideia de que se está pedindo demais. Vamos sendo acostumados à
pobreza das nossas ambições. Deveriam, sim, estabelecer parcerias para
compensar a incapacidade administrativa.
Pensava nisto quando li sobre o Pacto Educativo
Global, pedido pelo papa Francisco e que motiva um seminário da Pastoral da
Educação no sábado (10). Provocação para pessoas, instituições, igrejas, governos,
priorizando a educação humanista e solidária, a forma mais provável de se
transformar a sociedade. Estava me preparando para ser o mediador quando
escrevi meu texto anterior sobre “Educação: a hora é agora”, falando da mudança
de governo e a necessária pressão para cumprirem promessas de campanha.
A Educação é a área social mais sensível para resgatar
as populações marginalizadas. São sete compromissos propostos por Francisco no pacto
educativo: 1. Colocar a pessoa no centro de cada processo
educativo; 2. Ouvir as gerações mais novas; 3. Promover a mulher; 4
Responsabilizar a família; 5. Se abrir à acolhida; 6. Renovar a economia e a
política e, finalmente, mas não menos importante, o item 7. Cuidar da casa
comum. Simples, mas com a profundidade cirúrgica de uma sangria que precisa ser
estancada...
Perdão, professora Dora, Alexandre, padre Martinho,
Bete, Andrei se não estarei com vocês. Tenho certeza de que mentes que
vivenciaram vitórias e revezes com a educação têm um diagnóstico que permite
avançar. Exatamente no que diz Francisco: a pessoa ao centro; chamar a família
e, especialmente, a mulher; percebendo que os jovens tem o que dizer e
renovando práticas que estão pervertidas – na economia e na política – por quem,
discursando, não quer cuidar das pessoas, muito menos da casa comum...
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