Creio que o texto é de Adriely Souza. Se não for, me corrijam.
Você me trouxe marcas...
Marcas que não podem ser escondidas ou apagadas...
Eu vi o meu corpo se modificar a cada grama que você ganhava.
Vi o meu rosto, antes tão bem maquiado, com traços delicados, serem marcados pela exaustão, pelo cansaço, pelo stress...
Ao tomar banho e lavar os cabelos, vi os fios finos rolando pelo ralo, e ao penteá-los os via ali, vários, entrelaçados junto ao pente.
Antes, meus cabelos tão cheios e volumosos...
Hoje, ralos e enrolados em um coque.
Vi a minha própria pele se rasgar, centímetro por centímetro, cada vez que você crescia...
Rolava a ponta dos dedos pelas estrias me perguntando se elas iriam desaparecer...
Vi minha barriga, antes tão definida e com um piercing de enfeite, se tornar flácida e feia.
Vi meu corpo pesar, inchar, secar, aumentar.. e ganhar uma cicatriz quando você chegou, uma cicatriz eterna...
Sim, eu me cortei por você...
Hoje, me olhando no espelho sinto que me perdi no meio de tantas marcas e cicatrizes...
A antiga eu, tão jovem, bela, e sempre impecável...
Hoje não existe mais!
Mas, em meio a tantas marcas eu olho para você, fora de mim, crescendo, e me proporcionando olheiras misturadas com covinhas de sorrisos...
E afirmo para mim mesma, que pouco me importam todas essas cicatrizes, se eu tenho seus bracinhos em torno do meu pescoço...
Se eu tenho suas mãozinhas e seu olhar, que confiam tanto em mim...
Se eu tenho sua admiração e seu amor...
Se eu tenho você aqui deitadinho(a) olhando fixamente para mim...
O que será que você pensa?
Talvez o mesmo que eu...
Ah, filho,
sim eu me marcaria por mais mil vezes, para ter suas pequenas pernas entrelaçadas na minha cintura.
Para ter esse olhar, esse cheirinho.
Você é a beleza mais magnífica que eu posso ter.
É a minha satisfação...
Você se tornou a minha vaidade e a minha virtude.
Você me fez mãe... E a mulher que ficou no passado, sem dúvidas, não brilhava metade do que eu brilho agora.
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