Quando assisto alguns filmes de ficção científica assusta-me uma imagem com presença constante em que um “universo” protegido de pessoas que detém recursos, faz contraste com uma periferia clandestina, com características “noir”, onde vive uma população sempre caracterizada como “violenta e marginalizada”.
As agressões que fazemos ao meio ambiente configura algo próximo. Por quanto tempo ainda teremos energia elétrica, água potável, fontes minerais? A partir de quando uma parcela da população dominará estes recursos e jogará a outra na marginalidade?
Dois elementos interligados: água e energia elétrica. Muito presentes, nas pautas jornalísticas, em função da falta de uma, em algumas regiões do país, e a conseqüente perda da produção de força geradora.
Sou favorável a que nossas autoridades constituídas, em especial as eleitas, sejam responsabilizadas pelos seus atos (ou pela falta deles) que nos levaram a enfrentar esta situação. No entanto, como efeito colateral, acabamos nos dando conta de que vivemos uma cultura do desperdício. Muitos amigos – e eu também passei pela experiência – conseguiram fazer grande economia de luz, com atitudes simples e um pouco de criatividade. O que significa que aquele percentual economizado era um gasto desnecessário.
Pois bem, senhores, o que me surpreende, como morador em Pelotas, é que, aqui, nós temos recursos disponíveis. E não sabemos aproveitar. Querem um exemplo?
A água. Esta maravilha que já está faltando em boa parte do globo, neste início de milênio, aqui tem de sobra. É claro que não é tratado e, por isso – vergonha das vergonhas! – falta em nossas torneiras.
Ao contrário, populações marginalizadas, à beira dos mananciais, jogam seu lixo diretamente neles. Afora o sistema de esgoto, que estraga nossas águas, impossibilitando seu uso, inclusive os saudosos bons banhos na Lagoa dos Patos, por exemplo.
No momento em que entidades sociais pedem o fim da corrupção – E só isso nos daria uma sensível melhoria na qualidade de vida – podemos pedir que a população acorde para brigar por aquilo que é graça de Deus: os bens da natureza.
No início deste novo milênio, isto é possível. Se não for assim, assusta-me a visão do futuro: alguém tomará conta de nossa água. Seremos nós a vivermos na marginalidade, na exclusão?
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