Sou movido por música: gosto de escutar enquanto trabalho, em casa; no carro, nos momentos de leitura, quando faço minhas caminhadas (poucas, é verdade). Sei que existe muita música boa, atualmente, mas minha atenção se volta para as décadas de 70 e 80, onde tive bons incentivadores para aproveitar um tempo musical que, até hoje, deixa marcas. Tanto assim que, mesmo hoje, canções são regravadas ou recuperadas.
Da música italiana, lembro do padre Olavo Gasperin fazendo audições ao final da tarde de sábado. Não era somente ouvir, mas ouvir a história de cada uma de quem tinha profundo conhecimento e acompanhava o que se dava na Itália, especialmente, do Festival de SanRemo, de onde vinham os clássicos, inclusive com a participação vitoriosa de Roberto Carlos.
Outro caso clássico - RC - que movimentou muitos de nossos bailinhos, onde a voz sempre aguardada levava a dançar devagar, mais aconchegados, com suspiros que varavam a madrugada. Os clássicos shows de final de ano, onde uma música sempre grudava na pele e nos deixava a sensação de que, para sempre, em algum momento, algumas frases seriam entoadas como um ritual religioso de ligação com o passado.
A Jovem Guarda! Tantos ídolos que, ainda hoje, mesmo estando na casa dos 70 anos, ainda enchem nossas imaginações e, no seu jeito simples de dizer, revolucionaram hábitos e costumes. Olhar e ouvir suas letras é fichinha perto do que se tem hoje em nível de moral. Mas já nos apontavam novos caminhos e de que o Mundo, depois da metade do século XX, nunca mais seria o mesmo.
Mais recentemente, a música regionalista. Entre muitos e bons compositores, Miro Saldanha encantou-me com sua música gostosa de ser ouvida e de fácil memorização, mas recheadas de mensagens que lembram de valores que não se encontram em outras canções. Mas faz isto sem a petulância de convicções religiosas ou moralistas, mas por coerência com o ser humano.
Em tempos em que as músicas têm valor quando são associadas a novelas, marcando seus personagens, fico com a impressão de que cada um de nós tem a sua própria trilha sonora. Recuperamos suas letras e, possivelmente, damos novas interpretações. Ou apenas servem - o que já é muito - para que balbuciemos quando nos falta outros tipos de arrimo.
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