O título já é forte. Mas o que o caderno da Zero Hora deste domingo descreveu é de estarrecer. Felipe foi acompanhado por três anos, desde que deixou a família até tornar-se um menino de rua, um problema para a sociedade e uma ameaça pública.
Embora diversas tentativas de tirá-lo da rua para lhe dar o direito de viver como um menino que realmente é não surte efeito. O brilho das ruas encanta e é como se tocasse uma flauta mágica que o levasse para os pontos onde pede esmola, onde cuida de carros, ou consome drogas.
Os "Felipes" da rua estão em todas as cidades. Vamos encontrá-los nas ruas, em especial nos cruzamentos, ou dormindo em calçadas. A falha da família em trazê-lo de volta não é somente dela, mas também da sociedade que não tem estrutura para oferecer um processo completo de recuperação.
Os analistas são claros: não dê esmolas; converse com elas olho no olho; ajude as instituições - especialmente privadas - que lidam com o problema. Infelizmente, o auxílio que muitas vezes se dá a instituições públicas apenas alimentam a própria máquina, mas não alcançam resultados. Por outro lado, instituições religiosas, sociais, comunitárias, muitas vezes, com valores bem menores fazem autênticos milagres.
Não há como fechar os olhos. Esta é uma realidade que provoca para além da discussão, encontrar alternativas não para esta geração - que precisa de tratamento - mas para as futuras, que precisam de educação. Li no facebook que "pais educam, professores ensinam". Pena é que não estamos dando as condições adequadas para que nenhum dos dois façam a sua parte. Os primeiros correm atrás da subsistência. Os segundos estão perdidos entre o que deveriam fazer e compensar o que os primeiros não fizeram.
Fácil não é, mas deixar que continue assim é como se tivéssemos uma parte de nossos corpos se decompondo e nos contentássemos que o resto ainda está com saúde. Os "Felipes", hoje, já não estão apenas nas ruas, mas dentro de nossas casas, pedindo atenção, carinho e muito amor. Única receita que pode fazê-los sobreviver.
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