Entre o domingo e a segunda-feira, aconteceram dois acidentes de proporção, na área urbana de Pelotas, sendo que num deles houve a perda de uma vida. Todos estamos acompanhando os esforços do governo federal para energizar a indústria automobilística nacional, mas não vemos o mesmo empenho em dar qualidade de trânsito para uma frota de veículos que aumentou, assustadoramente, especialmente no que se refere às motos.
Minha experiência do dia a dia me leva a pensar que, cada vez mais, não é suficiente uma direção defensiva: aquela em que você cuida do veículo que dirige, mas também tenta entender o que está acontecendo nas ruas. Há a necessidade de uma sensibilidade criativa, onde se encontrem formas, até, de prevenir o que pode acontecer.
Vejam como exemplo: quando você vai entrar numa rótula e é o terceiro carro na fila. Quando o primeiro passa e há espaço suficiente para outros dois ou três, não basta você olhar para seu lado para ver se ainda é tempo, pois o carro da frente pode não ter passado, por receio ou inexperiência. Outro caso, as faixas de pedestre. Você para quando vê um transeunte buscando seu direito, mas o detrás não. Então, é necessário, por exemplo, acionar o pisca-pisca, tentando alertar o desavisado.
Mas, além de sensibilidade, é preciso ter paciência. O aumento absurdo do número de veículos faz com que dobre o tempo em que, normalmente, você percorreria um determinado espaço. Neste caso, é bom se munir de um bom som e relaxar. Usar e abusar da buzina não vai adiantar nada, a não ser deixar todo mundo mais nervoso.
Solução seria termos um serviço coletivo mais competente. Infelizmente, na atual situação, pouco mudaria, porque você estaria livre da direção, mas demoraria o mesmo ou até mais tempo para cumprir suas tarefas. Discutir mobilidade é essencial, com aperfeiçoamento da malha urbana, mas também com novos hábitos que tornem o conviver nas ruas algo que faça a pena viver em sociedade.
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