domingo, 30 de junho de 2024

Os ternos anos da minha velhice…

Pensei que já era tarde,

Quando aprendi que não

Adiantava reclamar da vida.

Cada problema que acumulei

Tinha a origem e destino em mim mesmo.

Aceitar não é sinônimo de me acomodar

Ou amargurar desilusões.

 

Ao me dar conta,

Já estava no alvorecer da derradeira idade.

Falou mais alto a minha incompletude

E o sentimento de que estava sozinho,

Sem significar solidão.

 

Fazer-me companhia

É valorizar pequenos detalhes

Nos quais não prestei atenção

Nas demais etapas da vida.

Um tempo especial para

Reencontrar comigo mesmo:

 

Caminhar sem destino e sem relógio;

Aproveitar cantinhos da casa;

Ouvir músicas e rememorar outros tempos;

Dormitar abraçado ao ursinho de pelúcia,

Enquanto a televisão tenta atrair a atenção;

Uma leitura sem compromisso

Ou apenas divagar e sorrir enquanto ando pela rua...

 

Quero a paz do meu silêncio.

O tempo de envelhecer chegou com

Uma imagem diferente entre o que idealizei

E o que virou realidade.

Não faz mal.

Recebi as oportunidades certas

Para viver intensamente

Os ternos anos da minha velhice…

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