Já marcaram as horas,
Fizeram o chamado
para momentos sagrados,
Alertaram para reunir as pessoas,
Sonaram agitados para a festa,
Dobraram angustiados no registro da morte
Ou, apenas, tiquetaquearam a vida...
Nas noites em que
A insônia faz companhia,
Ao ouvir até tarde da noite
E no início da madrugada
O barulho contínuo do trânsito da cidade,
Perambulo pelas memórias em busca
Do tempo em que
O silêncio embalava meus sonhos,
Na dolência da vida que não tinha pressa.
No meio da manhã de domingo,
Cortado pelo
"badalar harmônico de sinos
chamando para a prédica da manhã"*,
Vou ao encontro
Da procissão daqueles que tomam o rumo
Dos templos.
Acreditam que
O repicar é o chamado do Eterno
Para um momento de prosa,
Na roda em que o olhar não tem
Pressa em se saciar da infinitude!
Por que os sinos não dobram mais?
A morte dos sinos e a morte da poesia.
Ambos ressoam
Pelas ruas, prados e vales,
Quem sabe fazendo eco nos prédios que
estão mais perto da abóbada celeste…
E, mesmo assim, precisam da crença
Do homem que, sem o Divino e os sentimentos,
Perde o direito de sonhar com o rumo dos céus!
(*Não resisti em registrar a frase do amigo, escritor e inspirador Rogério Xavier)
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