domingo, 2 de junho de 2024

Senhor, ensina-me a amar…

No silêncio de uma manhã de domingo,

Ouve a minha súplica:

Senhor, ensina-me a amar!

Ensina-me a rezar!

Num tempo de agonias e desesperanças,

Não deixe que eu me sinta sozinho.


Por que nos abandonaste?

É um tempo em que

Os homens que fazem as guerras, 

Que negam atenção aos desassistidos,

São os mesmos que vociferam o Teu nome…


Em que dói 

O sentimento de quem ouve

O troar da tormenta,

Perambula por ruas imundas,

No breu da noite onde não chegam os faróis,

Na agonia por comida na fila de desabrigados,

Na angústia do que restou da casa que um dia foi lar.


Pela ausência dos homens de religião

Muitos viram sua fé fraquejar,

Fazendo parte de uma

Humanidade que se afastou de Deus,

Tornando-se órfã da esperança!


Ainda é tempo de aprender que

O amor abre frestas na porta do coração;

No silêncio, ou em meio ao burburinho,

Ainda é possível fazer uma prece;

Balbuciar a invocação que retorna aos teus braços.


Agradecer, consagrar, suplicar…

Rezar é a sublime ternura de quem ama.

Em que se dispensam as palavras,

Não se deixando iludir ou encurralar 

Por quem distorce o sentido 

E prostitui o mais puro sentimento que criaste:

Senhor, quando eu estiver cansado, 

Desiludido, desanimando, ainda assim,

Ensina-me a amar!

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