Da tua jovialidade,
Restou um olhar perdido
Em algum lugar inalcançável.
Descobriste que há momentos em que fica
Difícil lidar com a dor,
Quanto mais ajudar a carregar a dor alheia.
Tinhas um desejo quase impossível de ser alcançado:
Deixa de amar alguém…
Amar é um rio poderoso
Que traça seu percurso em silêncio,
Sabendo que nas profundezas
O sofrimento cabe num mundo de interrogações.
Ele se torna mais difícil, parecendo sem sentido,
Quando não se consegue
Conviver com a sua existência.
Não se superam as ausências sentidas
Pelo mero esforço e desejo,
Porque se encravam
No lado mais vulnerável do coração.
Dói até quando se arfa ou se suspira.
Não desistir é abrir espaços onde
Se acomodam ressentimentos e amarguras.
Nos solavancos da jornada podem contaminar
Os sentimentos mais puros que ainda restaram.
É quando parece que
Os sonhos existem não para serem realizados,
Quem sabe, para proteger de nós mesmos.
Pois, mesmo quando
Somente resta uma labareda arrependida,
É possível rezar por uma chama de esperança.
A dor impede que se encontre
A felicidade na mudança.
O que prende à rotina são
Os pesos que toldam a visão do horizonte.
Perde-se a capacidade de se surpreender
Diante das possibilidades do que foram os sonhos.
No redemoinho de um sofrimento é
Onde repousa o que restou da tua coragem.
Solidário,
aconcheguei-me no teu abraço.
Mesmo que reste apenas um sorriso torto,
Ali encontro resquícios de um coração debilitado,
Que, mesmo assim, não foi vencido.
Alquebrado, mantém a altivez de quem
Não aceita apenas a resignação.
A dor não faz escola,
É um aprendizado que deixa marcas na pele.
Os sinais que não precisam se transformar em derrota,
Porém, tornam o corpo perfeito para entender que
Cicatrizes curadas ainda podem causar a dor.
E, mesmo assim, capazes de
Auxiliar a superar os próprios medos!
Nenhum comentário:
Postar um comentário