Solavancou meu peito quando te
reencontrei.
Acreditava que nunca mais
Ousaria a intensidade do amor.
Foram anos em que
O senti machucado, ferido,
apertado.
As veias foram congestionando,
Parando, trancadas nas
Minhas angústias, medos, rancores e
decepções.
Não acreditava que alguém tivesse
Paciência para assoprar
O ar que limpasse cada um
Destes dutos da minha sanidade.
Senti o frescor da tua passagem,
Quando, finalmente, consegui
arfar...
Tua sensibilidade percebeu que
Meu coração estava doente e
Tiveste paciência para diagnosticar
O que era frágil e demandava
Poções de ternura e doses de
compaixão.
Driblaste minha insensibilidade,
Não te importando com meus gemidos,
Sabendo onde querias chegar:
O âmago dos meus sentimentos...
Uma por uma, transformaste cada
chaga
Numa cicatriz que guarda uma
história,
Que já não queria mais fazer
parceria com a dor...
Finalmente, com ternura,
Tu cerziu meu peito
Com a linha e a agulha do teu desvelo.
Eu havia soçobrado ao silêncio.
Acreditava que iria
Me consumir em meio a dúvidas e
remorsos.
Estava conformado
A viver com a pobreza do que
Restaram das minhas emoções.
A cura levou muito tempo.
Precisava reaprender a amar.
Foi quando me ensinaste a
Olhar para as estrelas cadentes
Que despencavam dos céus
E marcavam teu olhar.
Tive medo de fechar os meus
E perder alguma fagulha que
Naufragasse ao longe.
Sequer me animei a fechá-los
Na hora de fazer uma prece e um
pedido...
Tenho cicatrizes no peito das vezes
Em que fui abalroado.
Meu coração definhou e
O medo era de que fosse parando aos
poucos.
No entanto, eu já sabia que, em
qualquer momento,
No silêncio que se derramava pelo
Meu olhar suplicante
Sempre poderia te pedir que
O teu coração estivesse de aberto e
Pudesse acolher e conversar com o
meu...
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