sexta-feira, 15 de setembro de 2023

O broto que desperta a Primavera...

Eu desisti de mim quando percebi

O que significavas em minha vida.

Tu não sabes o quanto dói

A falta que sinto quando te ausentas.

Tuas lembranças cravejaram

Luz nos lugares por onde se andou.

Derramaste o brilho do firmamento,

Pontilhando rumos,

Acendendo estrelas quando

Me deste coragem de reerguer os olhos.

 


Eu senti frio quando faltou teu sorriso e

Apagou-se a chama que norteou a minha felicidade.

Foram tantos caminhos que,

Em alguma encruzilhada,

Tomamos rumos diferentes.

Nunca mais consegui ver

O Mundo do mesmo jeito.

 

Não creio que consigas saber a falta que me fazes.

Foste o Outono que vivi na espera

Pela Primavera, que

Transformasse as cores,

Os cheiros e retomasse o gosto pela vida.

 

Te confesso, não lembro de tudo.

A partir do momento em que

Minhas recordações guardaram

O teu jeito, o teu sorriso,

O olhar perdido,

O abanar de cabeça,

O pentear os cabelos com os dedos...

 

Depois, quando estávamos sozinhos,

Esfregar teu nariz no meu rosto,

Mostrar a língua quando me provocavas,

Ameaçar uma mordida que era cheia de risos.

Aprendi contigo a não me importar com o improvável,

Mas apenas viver a certeza de que

O simples fato de estares ao meu lado me bastava!

 

Poderias ser amante, amada,

Filho, amigo.

Alguém que faz com que não se desista.

Abre-se mão de tudo o que é pré-estabelecido

Quando se encontra o sentido de uma presença.

 

Sempre nos entendemos mais por

Silêncios do que com palavras.

Fui resgatado da solidão e

Me acostumei com a tua companhia.

Em qualquer situação, em qualquer idade,

A vontade de esperar por

Quem cuidou e ensinou os primeiros passos do amor.

 

No eco que delineou a tua imagem,

O teu riso e as tuas palavras

Tive a garantia de que

O Sol iria renascer em meio à escuridão.

Quando os olhos se quedam,

No instante mágico em que alguém

Toma a tua mão para acarinhar

O primeiro broto que desperta a Primavera...

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