Eu desisti de mim quando percebi
O que significavas em minha vida.
Tu não sabes o quanto dói
A falta que sinto quando te
ausentas.
Tuas lembranças cravejaram
Luz nos lugares por onde se andou.
Derramaste o brilho do firmamento,
Pontilhando rumos,
Acendendo estrelas quando
Me deste coragem de reerguer os
olhos.
Eu senti frio quando faltou teu sorriso e
Apagou-se a chama que norteou a minha
felicidade.
Foram tantos caminhos que,
Em alguma encruzilhada,
Tomamos rumos diferentes.
Nunca mais consegui ver
O Mundo do mesmo jeito.
Não creio que consigas saber a
falta que me fazes.
Foste o Outono que vivi na espera
Pela Primavera, que
Transformasse as cores,
Os cheiros e retomasse o gosto pela
vida.
Te confesso, não lembro de tudo.
A partir do momento em que
Minhas recordações guardaram
O teu jeito, o teu sorriso,
O olhar perdido,
O abanar de cabeça,
O pentear os cabelos com os
dedos...
Depois, quando estávamos sozinhos,
Esfregar teu nariz no meu rosto,
Mostrar a língua quando me
provocavas,
Ameaçar uma mordida que era cheia
de risos.
Aprendi contigo a não me importar
com o improvável,
Mas apenas viver a certeza de que
O simples fato de estares ao meu
lado me bastava!
Poderias ser amante, amada,
Filho, amigo.
Alguém que faz com que não se
desista.
Abre-se mão de tudo o que é
pré-estabelecido
Quando se encontra o sentido de uma
presença.
Sempre nos entendemos mais por
Silêncios do que com palavras.
Fui resgatado da solidão e
Me acostumei com a tua companhia.
Em qualquer situação, em qualquer
idade,
A vontade de esperar por
Quem cuidou e ensinou os primeiros
passos do amor.
No eco que delineou a tua imagem,
O teu riso e as tuas palavras
Tive a garantia de que
O Sol iria renascer em meio à
escuridão.
Quando os olhos se quedam,
No instante mágico em que alguém
Toma a tua mão para acarinhar
O primeiro broto que desperta a
Primavera...
Nenhum comentário:
Postar um comentário